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31/05/09 03:00 - Regional

Filha assume tradi��o ap�s falecimento do pai

Rita de C�ssia Corn�lio
O ter�o cantado na propriedade rural de Os�rio Sardinha no dia de S�o Pedro ou no s�bado seguinte era uma data marcante para os moradores do distrito de Santa Isabel, regi�o de Arealva (41 quil�metros de Bauru). Quem participou jamais esqueceu. Tinha a reza, fartura de comida caipira e muita alegria com o forr� tradicional. No amanhecer, o copo de leite quente com o p�o caseiro tamb�m ficou na lembran�a.

Para manter a tradi��o, depois da morte do anfitri�o, a filha, Neusa Sardinha, h� nove anos assumiu a incumb�ncia e prossegue com a tradi��o.

Para acolher os convidados, Neusa n�o mede esfor�os. Ela e a fam�lia instalam uma grande barraca no vasto quintal da casa, que se assemelha a uma ch�cara. �Fazemos uma barraca com bambu e encerado, que entre n�s � conhecido como paralisado. � ali que se desenvolve a festa de S�o Pedro. Mais de 100 pessoas participam todos os anos. � ali que montamos o altar para o ter�o. Tem quadrilha e muita dan�a.�

Os convites s�o feitos de um ano para outro. Quando termina o ter�o cantado, o dono da casa j� convida para o pr�ximo ano.

O p�o caseiro da Neusa � algo que d� �gua na boca. Ela explica que o p�o faz parte da tradi��o deixada pelo pai. �Na �poca do meu pai, o ter�o era feito no terreir�o de caf�, no s�tio. A festa seguia at� o amanhecer, quando meu pai servia caf� com p�o aos convidados. A bandeja era a peneira de caf�.�

A prepara��o para o ter�o cantado come�a bem antes do dia marcado. �Al�m do p�o, eu fa�o doce de ab�bora mole para os convidados comerem com o p�o. Fa�o uma massa frita com a��car por cima, cachorro-quente, quent�o e leite quente.


Os�rio Sardinha rezou o ter�o por mais de 40 anos

Em junho de 2000, o patriarca da fam�lia Sardinha estava doente, lembra a filha, Neusa Sardinha. �Ele amanheceu com febre. Foi levado ao m�dico que indicou a interna��o.�

O pai teria ficado no hospital recebendo medicamentos at� o in�cio da noite, mas fez quest�o de retornar para participar do ter�o. �Foi o �ltimo que ele participou. Naquele ano, ele morreu.�


�Causo� para assegurar fartura

Os pais e tios de "seo" Joaquim Silva comemoravam o Dia de S�o Pedro. Cantavam o ter�o e hasteavam o mastro do santo. S� que eles cumpriam um ritual diferente que n�o foi mantido pela fam�lia.

�Eles cavavam o buraco para fixar o mastro do santo. Na hora de enterrar a madeira, forravam o fundo com ovos de galinha. Isso, segundo eles, era garantia de colheita farta. N�o sei se em fun��o disso, mas havia muita fartura na propriedade�, comenta.




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