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26/05/09 03:00 - Nacional

Governo quer presid�ncia e relatoria de CPI

Lula disse que est� preocupado e garantiu que n�o deixar� a CPI virar �pirotecnia� na ante sala de um ano eleitoral

Bras�lia - O governo vai insistir na indica��o do presidente e do relator da CPI da Petrobras, diante de alertas sobre poss�veis reflexos nos investimentos da maior estatal do Pa�s. Em conversa com o l�der do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), o presidente Luiz In�cio Lula da Silva disse estar preocupado com a imagem da companhia no momento em que foram descobertas gigantescas reservas de pr�-sal e garantiu que n�o deixar� a CPI virar �pirotecnia� na ante sala de um ano eleitoral.

Coube ao ministro das Rela��es Institucionais, Jos� M�cio Monteiro, dar o tom dos planos do governo para enfrentar a CPI, ap�s o encontro entre Lula e Renan. �� s� cumprir o regimento�, disse M�cio. �Cabe � maioria, atrav�s do voto, escolher os membros da comiss�o. Foi assim em todos os governos passados. O modelo que eu vi no Senado nesses anos todos � que a maioria sempre escolhia a presid�ncia e a relatoria.�

Al�m de se reunir com Renan, Lula discutiu as estrat�gias do governo para enfrentar a CPI da Petrobras num outro encontro, desta vez com Gabrielli, Dilma Rousseff (chefe da Casa Civil), Jos� Eduardo Dutra (presidente da BR Distribuidora) e Jorge Hage (Controladoria-Geral da Uni�o). O governo teme que a oposi��o use a CPI como palanque para desgastar a eventual candidatura de Dilma � Presid�ncia em 2010.

Apesar de o prazo final para a indica��o dos 11 titulares e sete suplentes da CPI terminar hoje, setores da base aliada - principalmente do PMDB - pretendem convencer o Pal�cio do Planalto a aceitar a divis�o do comando da CPI entre governistas e oposicionistas. A posi��o, defendida por Renan, � conflitante com a de M�cio e a de senadores do PT. O governo e os petistas querem que a CPI da Petrobras seja dirigida apenas por senadores da base aliada.

�A vontade do PMDB e do PTB era de dar a presid�ncia da CPI para o DEM ou o PSDB. Se eles mudaram de posi��o � porque o governo deve ter muito a esconder�, afirmou o l�der do DEM, senador Jos� Agripino Maia (RN).

O acordo desenhado na semana passada por Renan previa que a relatoria da comiss�o ficaria com o l�der do governo no Senado, Romero Juc� (RR), e a presid�ncia com o senador Antonio Carlos Magalh�es J�nior (DEM-BA). O PT do l�der Aloizio Mercadante (SP) posicionou-se contra essa proposta, chegando a ter s�rio atrito com Renan.

Ontem, Lula ouviu do presidente da Petrobras, Jos� S�rgio Gabrielli, an�lises sobre poss�veis quedas nos investimentos da estatal. A Petrobras � respons�vel por 40% dos investimentos do PAC, principal trunfo eleitoral do governo na �rea de infraestrutura. �O governo n�o quer que a CPI crie problemas e embara�os para os investimentos da Petrobras�, insistiu M�cio. �Esta � uma CPI importante, talvez a maior neste um ano e meio de governo que resta, por se tratar de uma das maiores empresas do Brasil.�

O ministro descartou a hip�tese de o governo ceder a presid�ncia da CPI para a oposi��o. O Planalto tamb�m n�o quer ter surpresas com aliados, que nas CPIs badaladas acabam tendo comportamento independente. Foi o caso do senador Delc�dio Amaral (PT-MS) e do deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), que n�o seguiram todas as ordens do Planalto durante a CPI dos Correios, comiss�o que investigou o governo e o PT no primeiro mandato de Lula. �O fogo amigo n�o vai chegar nem perto, e at� a oposi��o vai fazer um trabalho respons�vel�, afirmou M�cio. �O governo entende que a CPI � do processo democr�tico e o presidente mostrou-se tranquilo nas conversas sobre o assunto.�

M�cio gastou boa parte da entrevista para sustentar a vers�o de que o governo n�o est� negociando a �compra� do apoio do senador Renan Calheiros (PMDB-AL), que reapareceu agora no cen�rio pol�tico, ap�s os esc�ndalos que o derrubaram da presid�ncia do Senado. Ontem, Renan teve um encontro a portas fechadas com Lula por 40 minutos. Tamb�m esteve no gabinete do presidente o senador Gim Argello (PTB-DF).

M�cio negou que os senadores tenham tentado negociar cargos p�blicos. �Nada, absolutamente nada. Voc�s v�o ver ao longo do processo que nada disso aconteceu�, afirmou.

O l�der do PSDB no Senado, Arthur Virgilio Neto (AM), afirmou que vai recorrer � Comiss�o de Constitui��o e Justi�a (CCJ) da decis�o do presidente do Senado, Jos� Sarney (PMDB-AP), que definiu em tr�s o n�mero de vagas da oposi��o na CPI da Petrobras. Os tucanos e os democratas alegam que t�m direito a quatro vagas. �Mas vou levar o caso � CCJ de uma maneira geral, falando sobre CPI�s, e n�o especificamente sobre a da Petrobras. N�o quero que usem o meu pedido para a CCJ como uma das formas de atrasar a instala��o da comiss�o�, explicou o tucano.




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