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24/05/09 03:00 - Geral

L�cidos, saud�veis e ativos aos 100 anos

� cada vez maior o n�mero de pessoas que ultrapassam a barreira dos 80, 90 e at� 100 anos com boa sa�de e mem�ria

Adilson Camargo
Em pouco tempo, o Brasil n�o ser� mais um Pa�s de jovens. De acordo com as proje��es, em 2025 seremos a sexta na��o do mundo com mais pessoas acima de 70 anos. Ser�o cerca de 33 milh�es de brasileiros nessa faixa et�ria. At� l�, em termos proporcionais, a popula��o que mais vai crescer ser� a dos cidad�os com 80 anos ou mais.

� o caso de Giro Ishicava, 90 anos. Membro da Igreja Tenrikyo, dirige seu carro para realizar servi�os ligados ou n�o � igreja. Para especialistas da �rea de geriatria, isso deve ser entendido como uma conquista. Isso porque as pessoas est�o envelhecendo com sa�de. � cada vez maior o n�mero de idosos que ultrapassam a casa dos 80, 90 e at� 100 anos e ainda continuam l�cidos, saud�veis e ativos.

Para o geriatra e geront�logo Norton Sayeg, a expectativa de vida do brasileiro, que atualmente est� em torno de 72 anos, aumentar� gradativamente nas pr�ximas d�cadas. Segundo ele, hoje as pessoas vivem em melhores condi��es sanit�rias, recebem programas eficazes de imuniza��o, a renda melhorou, a medicina evoluiu, os antibi�ticos s�o mais eficazes e o acesso aos tratamentos s�o relativamente mais f�ceis.

Esse conjunto de a��es, na opini�o dele, resultou no aumento da expectativa de vida. Al�m disso, ele lembra que o controle da press�o arterial e dos n�veis de colesterol, que s�o fatores de risco para doen�as cardiovasculares graves, somente agora s�o insistentemente recomendados.

Segundo Sayeg, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, at� h� pouco tempo, essas doen�as eram consideradas �normais� em idosos. Ele comenta tamb�m que faz pouco tempo que os m�dicos passaram a estimular e a cobrar com mais veem�ncia que seus pacientes realizem atividades f�sicas.

Somado a isso, as pessoas passaram a ter mais acesso, seja em jornais, revistas, TV ou Internet, �s informa��es que refor�am a import�ncia dos exerc�cios e de uma alimenta��o equilibrada. �O poder da informa��o � sem d�vida uma das determinantes da sa�de de uma na��o�, afirma o geriatra.

Ele justifica a afirma��o dizendo que quem tem o h�bito de caminhar regularmente deve ter notado que, dificilmente, existem pessoas humildes caminhando ao lado dela. �Quem caminha s�o as pessoas de classe social mais favorecida, com seus iPods e roupas de grife. Por qu�? Porque a informa��o chegou a eles e ficaram convencidos de que essa � uma das v�rias a��es que promovem sa�de independentemente de m�dicos ou hospitais�, observa.

Infelizmente, segundo ele, esse tipo de conscientiza��o ainda n�o atingiu maci�amente a popula��o em geral. Sayeg argumenta que pessoas de bom n�vel social est�o fumando menos que os de classes menos favorecidas, alimentam-se mais saudavelmente, sabem a diferen�a entre diet e light. Enfim, envelhecem de uma maneira mais saud�vel.

De acordo com a Funda��o Sistema Estadual de An�lise de Dados (Seade), em dez anos, a popula��o de Bauru com 60 anos ou mais crescer� 33%, sendo que o maior crescimento est� na faixa et�ria acima dos 75 anos. Para se ter uma id�ia de como o Pa�s est� envelhecendo, o aumento da popula��o jovem (dos 15 aos 29 anos) nesse mesmo per�odo ser� de apenas 3%.

No Estado de S�o Paulo, a discrep�ncia � ainda maior. Enquanto o n�mero de idosos crescer� 36%, o de jovens ir� avan�ar m�sero 0,7%, segundo proje��o do Seade para 2010.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE), em 2050 seremos 259,8 milh�es de brasileiros e nossa expectativa de vida, ao nascer, ser� de 81,3 anos, a mesma dos japoneses hoje. O instituto aponta ainda que, em 2000, o grupo de 0 a 14 anos representava 30% da popula��o brasileira, enquanto os maiores de 65 anos eram apenas 5%. De acordo com as proje��es, em 2050 os dois grupos ir�o se igualar em 18%.


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A velhice � o reflexo do que fomos na juventude

N�s vamos sentir na velhice as conseq��ncias do que fomos na juventude. Essa � a m�xima usada pelo geriatra J�lio Horta para falar da import�ncia de levar uma vida equilibrada, em todos os sentidos, desde os primeiros anos de vida.

O envelhecimento � uma fase natural da vida, que � determinada basicamente por tr�s fatores: gen�tica, estilo de vida e ambiente. A heran�a gen�tica �, pelo menos at� agora, inevit�vel e n�o tem como mud�-la. Pessoas de fam�lias cujos membros normalmente vivem muitos anos s�o candidatas a tamb�m viver mais.

O ambiente contribui de v�rias formas. Aus�ncia de poluentes, infra-estrutura sanit�ria adequada, possibilidades de acesso ao mercado de trabalho (o que favorece o aspecto financeiro), fazer consultas m�dicas, participar de eventos socioculturais e sentir-se produtivo at� o fim da vida, dedicando-se a um ideal, s�o fatores que interferem diretamente na qualidade de vida do indiv�duo.

J� o estilo de vida deve ser alicer�ado em h�bitos saud�veis, como atividade f�sica regular e orientada, alimenta��o balanceada e sem exageros, preocupa��o em manter o peso ideal, ingerir �lcool com modera��o, n�o fumar e fazer controles m�dicos peri�dicos, mesmo na aus�ncia de sintomas. De acordo com o geriatra e geront�logo Norton Sayeg, as pesquisas comprovam que se essas medidas forem adotadas envelheceremos melhor.

Para ressaltar a import�ncia de uma alimenta��o equilibrada associada � pr�tica de atividades f�sicas regulares no processo de envelhecimento saud�vel, o geriatra Lilson Long Oliveira faz uma pergunta e ele mesmo responde. �Voc� j� viu um velhinho de 90 anos obeso? N�o existe! A obesidade n�o combina com longevidade�, afirma.

Al�m da quest�o �alimenta��o mais exerc�cios�, o geriatra aponta ainda outros fatores que merecem uma aten��o especial daqueles que querem envelhecer com sa�de. Permitir-se momentos de lazer com parentes e amigos � um deles. Ter uma vida social ativa e combater o estresse de todas as formas tamb�m ajudam.

Tanto Lilson como o tamb�m geriatra J�lio Horta revelam que tem aumentado a presen�a de pacientes com mais de 80 anos nos consult�rios. �At� pouco tempo, era raro atender pessoas com mais de 80 anos. Hoje, atendo pacientes com mais de 90 anos quase todo dia�, relata.




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