Washington - Numa tentativa de atenuar a expectativa de confronta��o com Barack Obama, o governo do premi� Binyamin Netanyahu vem adotando nos �ltimos dias um discurso mais conciliador em rela��o aos planos da Casa Branca no Oriente M�dio. Os dois l�deres se encontram nesta segunda-feira em Washington.
O objetivo � criar uma atmosfera amig�vel e evitar atritos no primeiro encontro com o popular presidente norte-americano, que exige de Netanyahu apoio � cria��o de um Estado palestino e rejeita - ao menos por enquanto - um ataque ao Ir�.
O esfor�o ret�rico foi percebido na visita que Netanyahu fez na segunda-feira ao Egito, �nico pa�s �rabe, ao lado da Jord�nia, com quem Israel tem rela��es normais.
Num tom que destoa de seu discurso habitual, o premi� elogiou a �grande na��o �rabe�� e disse buscar a paz com �todos��.
O aceno estava direcionado tanto ao Cairo, como parte dos planos israelenses de erguer uma frente regional contra o Ir�, quanto para Washington.
O tom conciliador est�, ainda, nas declara��es da diplomacia israelense. �Sempre surgem relatos de diverg�ncias entre Israel e EUA quando h� mudam os governos�, desconversa Raphael Singer, porta-voz da Embaixada em Bras�lia.
Citando Menachem Begin, que selou a paz com o Egito (1979), Ariel Sharon, que p�s fim � ocupa��o de Gaza (2005) e o pr�prio Netanyahu, que, em seu primeiro mandato como premi�, retirou o Ex�rcito de parte de Hebron (1998), Singer alega que governos de direitistas historicamente fizeram mais concess�es aos palestinos que os de esquerda.
O discurso apaziguador tamb�m se delineia por express�es que assessores de Netanyahu tentam semear �s v�speras do encontro com Obama.
Ap�s pregar um plano de �paz econ�mica��, o governo do premi� recentemente incluiu em seu discurso planos de �discuss�o pol�tica�� e �autonomia�� para os palestinos.
O analista israelense Barry Rubin, pr�ximo do governo, nega que haja artif�cios de discurso para maquiar discrep�ncias. Segundo ele, quem v� diverg�ncias entre Obama e Netanyahu n�o conhece as �posi��es reais dos dois l�deres��.
Discorda o cientista pol�tico palestino Bashir Bashir. Para ele, Netanyahu est� amainando o discurso por n�o poder se dar ao luxo de confrontar claramente Obama, que goza de grande simpatia externa e interna -foi votado por tr�s quartos dos judeus dos EUA, segundo pesquisas. |