Pesquisadores brasileiros testaram, com sucesso, o primeiro soro capaz de neutralizar o veneno de quatro diferentes esp�cies de peixes, dois deles encontrados no litoral paulista. At� hoje, os f�rmacos similares existentes no mundo s�o espec�ficos para cada esp�cie, o que dificulta o socorro caso a v�tima n�o saiba identificar o animal.
No caso do soro brasileiro, desenvolvido no Instituto Butantan, ele age tanto no bagre, o mais comum deles, quanto no peixe escorpi�o (que possui a toxina mais forte), na arraia de rio (do Estado do Tocantins) e no niquim (mais comum no Norte-Nordeste).
�O soro tem anticorpos que neutralizam os efeitos dos venenos dessas quatro esp�cies, cujos acidentes s�o os mais comuns no Brasil�, explica Fernanda Bruni, autora do estudo.
�Se o pescador se acidentou e n�o sabe dizer de qual peixe, a id�ia � que esse soro resolva ou diminua o problema�. A expectativa � que ele tenha efeito imediato nos pacientes.
O veneno dessas criaturas pode provocar dor intensa, incha�o prolongado (por meses) e causar necrose (morte de uma parte do corpo) na regi�o afetada. Inflama��es e dificuldades na circula��o s�o outros poss�veis efeitos colaterais.
Santos
No caso do peixe-escorpi�o, a toxina pode dificultar a respira��o e os batimentos card�acos, fazendo com que a pessoa tenha falta de ar, v�mito e n�useas. Esse processo pode ainda gerar ac�mulo anormal de l�quidos no pulm�o (conhecido como edema).
O soro deve estar pronto dentro de dois anos. A ideia � distribuir as primeiras doses nas regi�es onde h� maior concentra��o de acidentes, como no litoral paulista, onde os acidentes s�o causados pelo bagre e pelo peixe-escorpi�o, presente, por exemplo, na Laje de Santos (distante cerca de 40 km da costa).
Nas quatro esp�cies, o veneno � usado apenas para defesa contra predadores. Nenhum deles ataca o ser humano e nem h� registros de ocorr�ncias fatais.
No caso do bagre, o mais comum deles, a maioria dos acidentes se d� quando s�o descartados na faixa de areia das praias e acabam sendo pisados pelos banhistas. Pescadores tamb�m costumam se ferir ao retirar o animal das redes.
O bagre possui um espinho dorsal e dois outros em cada lateral do corpo. O peixe-escorpi�o tem 13 espinhos no dorso e um anal. O niquim, por sua vez, possui dois espinhos no dorso e um em cada lateral. J� arraia de rio pode ter at� dois ferr�es na cauda.
*Instituto de Pesca |
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