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29/04/09 03:00 - Nacional

Arrozeiros se dividem sobre sa�da

Amanh� � a data final fixada pelo STF para a sa�da pac�fica dos n�o �ndios da reserva ind�gena Raposa/Serra do Sol

Folhapress
S�o Paulo - A dois dias da data estabelecida pela Justi�a - amanh� � a data final - para a sa�da pac�fica dos n�o �ndios da reserva ind�gena Raposa/Serra do Sol, em Roraima, produtores de arroz e fam�lias de agricultores brancos se dividiam entre a resigna��o em deixar a �rea e a disposi��o, ao menos declarada, de ainda resistir ao cumprimento da determina��o judicial.

Em comum entre eles apenas o sentimento de que foram penalizados indevidamente no processo que resultou na demarca��o em faixa cont�nua da reserva, de 1,7 milh�o de hectares. A decis�o foi confirmada no m�s passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Todos os produtores de arroz est�o retirando seus pertences das fazendas que ficavam na �rea demarcada. Mas o fazem em ritmo distinto. O produtor Paulo C�sar Quartiero, ex-prefeito de Paracaima, que protagonizou o movimento de resist�ncia dos n�o �ndios ao longo de todo o processo, tem duas fazendas e diz que s� ser� poss�vel desocupar at� o dia 30 uma delas, a fazenda Dep�sito, de 4,5 mil hectares.

Na outra, a fazenda Provid�ncia, de 5 mil hectares, Quartiero alega ter 400 mil hectares plantados � espera da colheita e quase 5 mil cabe�as de gado. Por isso, ele garante que estar� l� normalmente no dia 1 de maio, de onde s� sair� obrigado pela Pol�cia Federal. Trezentos agentes estar�o a postos para uma eventual desocupa��o for�ada.

�O prazo (dado pela Justi�a) � inexequ�vel. N�o seria a primeira vez (que teria problemas com a PF, pois j� foi preso). Vou ficar l� pelo menos para pegar um carona at� Boa Vista em uma caminhonete da PF. J� me tomaram tudo. O que v�o fazer agora? Isso aqui virou com�dia�, afirmou Quartiero. �� minha obriga��o estar l�. N�o vou deixar meus funcion�rios sozinhos�, reiterou.

Quartiero quer permanecer na reserva pelo menos at� o fim de maio, para que possa colher algo em torno de 60 mil sacas e terminar de encaminhar o gado at� a fazenda de um amigo. A possibilidade de deixar a planta��o e o material sob a cust�dia provis�ria do governo federal, colocada pelo ministro do STF Carlos Ayres Britto, n�o � sequer cogitada pelo produtor.

�Se eu tirar as bombas, o arroz morre. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) avaliou minha planta��o em R$ 900 mil, mas vale pelo menos R$ 3,5 milh�es. Como vou concordar com isso?�, questionou.

Igualmente decepcionada com a decis�o judicial, a fam�lia Barilli, dona da f�brica do Arroz Tio Ivo, adotou postura diversa. J� retiraram praticamente tudo da fazenda Tatu, de 9 mil hectares, e est�o � procura de outras �reas em Roraima onde possam retomar as planta��es. O maquin�rio foi todo levado para um galp�o alugado em Boa Vista. �N�o vamos fazer nenhuma resist�ncia. Embora n�o concordemos, vamos cumprir indignados o que a lei superior determinou�, afirmou Regina, mulher do produtor Ivo Barilli.

Em rela��o �s benfeitorias feitas na fazenda, a postura do casal tamb�m n�o ser� a mesma de Quartiero. �N�o vou derrubar. N�o tenho coragem de destruir algo que constru�mos com o nosso suor. Mas ainda acredito na justi�a divina, que possa haver um revert�rio nessa quest�o�, disse Regina, emocionada.

O presidente da Associa��o dos Arrozeiros de Roraima, Nelson Itikawa, adotou postura semelhante � da fam�lia Barilli. A desocupa��o das fazendas Carna�ba e Vizeu, que juntas somam 7 mil hectares, est� nas �ltimas provid�ncias e as benfeitorias ser�o mantidas.

Independentemente da desocupa��o das �reas, os produtores de arroz buscar�o na Justi�a Federal o direito a indeniza��es maiores.




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