Venda da folha vai engordar o caixa

Se a perspectiva negativa em torno do desempenho da economia se dissipar, a administra��o municipal ter� condi��es n�o s� de confirmar o or�amento previsto para este ano como tamb�m obter outros R$ 15 milh�es de receita extra-or�ament�ria com a negocia��o da �venda� folha de pagamento para um banco estatal.

Ontem, durante cerim�nia para assinatura da doa��o de moradias, tanto o chefe do Executivo, Rodrigo Agostinho (PMDB), quanto o superintendente da CEF, Jos� Paulo Amorim, n�o esconderam que falta pouco para fechar a negocia��o, praticamente s� assinar o contrato.

Amorim n�o desmentiu que a CEF ofereceu R$ 15 milh�es e disse que, com este investimento, o banco quer operar a folha da prefeitura por cinco anos. Na pr�tica, o contrato garante ao banco federal a folha mensal de R$ 10 milh�es e, quem sabe, o recebimento exclusivo de pagamentos com fornecedores, com o servidor tendo de manter conta-corrente na CEF al�m de 2012, quando entra em vigor a op��o de livre escolha para o recebimento.

Outra informa��o ainda n�o apresentada � que na planilha est� evidentemente o retorno � CEF pela natural movimenta��o da carteira municipal. A forma de aplica��o de tarifas para a manuten��o das contas tamb�m ter� de ser discutida. Em geral, as negocia��es de vendas de folha evitam garantir o acesso ao funcion�rio � conta-sal�rio, aquela em que � poss�vel se livrar de tarifa elevada apenas para o saque do que � de direito do trabalhador.

De qualquer forma, a venda da folha vai transformar o in�cio do governo Rodrigo na gest�o que vai contar com o maior volume de capacidade de investimento dos �ltimos 20 anos. Apesar da demanda social ser enorme, Agostinho ainda n�o conseguiu gastar R$ 23 milh�es do saldo deixado por Tuga Angerami, os R$ 3,3 milh�es tamb�m herdados da venda de terrenos que est�o no fundo de infra-estrutura e agora ter� mais R$ 15 milh�es.

O saldo dispon�vel para o prefeito � de significativos R$ 41,3 milh�es, isso sem preju�zo da possibilidade do atual governo conseguir arrecadar os R$ 349 milh�es estabelecidos em or�amento. Nesta conta ainda n�o est�o outros milh�es de reais que ficaram de 2008 das contas-vinculadas (educa��o, sa�de, assist�ncia social e outros programas carimbados).