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23/04/09 03:00 - Opini�o

O governo federal e o avi�o

Reinaldo Cafeo
O que ser� que o governo federal tem em comum com um avi�o? Muita coisa. Analisaremos os gastos p�blicos e sua rela��o com o setor privado, utilizando a figura do avi�o. Sabemos que um avi�o tem um limite de assentos. N�o pode, por quest�o de seguran�a, levantar v�o com um n�mero de passageiros acima de sua capacidade.

Este fato ilustra o que acontece com os gastos do setor p�blico e o impacto, quando h� exagero nesses gastos, no setor privado. Voltemos ao avi�o. Imagine que o avi�o tenha capacidade para 100 pessoas e que o setor p�blico tenha reservado 50 lugares, deixando, portanto, 50 assentos para o setor privado.

Muito bem. Em determinado momento, o governo federal resolve que precisa de 60 assentos no avi�o. Isso acontece quando ele decide gastar mais do que devia. Considerando que n�o h� dinheiro para comprar um avi�o maior, o que, nesta compara��o � n�o destinar recursos para investimentos p�blicos, o que ir� acontecer na pr�tica? Se o governo insistir, e vem insistindo em colocar 60 pessoas do setor p�blico no avi�o, 10 pessoas do setor privado ficar�o sem embarcar na aeronave.

Como o governo convence 10 pessoas a deixarem de embarcar? N�o convence, imp�e. Normalmente, aumenta a taxa de juros, com isso, diminui o n�vel de atividade, portanto, seguindo nosso exemplo, retira o n�mero suficiente de pessoas do setor privado, evitando que subam no avi�o.

Este � o risco dos gastos p�blicos exagerados. Sem crescimento da economia, portanto, sem aumentar o tamanho do avi�o, toda vez que o governo gasta em custeio para manter e ampliar a m�quina administrativa, acaba transferindo o problema para o setor privado. Como n�o h� espa�o para aumento de juros neste momento, afinal a economia precisa respirar, a sa�da foi alterar a meta de super�vit prim�rio. Com isso h� maiores gastos. S� para ilustrar, toda a economia que a redu��o dos juros trouxe nos �ltimos meses, j� foi �torrada� com o aumento dos gastos com o funcionalismo p�blico. Isso sem falar do cr�nico d�ficit da previd�ncia em outros.

Aumentar os gastos em investimentos como estrat�gia para sair da crise � bem-vindo, mas gastar exageradamente em custeio � transferir aos pr�ximos governos a necessidade de uma reforma administrativa mais forte e redu��o de gastos inteligente. Se n�o podemos comprar novos avi�es, o melhor a fazer � ser comedido. Coisa n�o observada no governo federal.


O autor, Reinaldo Cafeo, � economista e colunista do JC




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