�O primeiro acesso foi uma festa�, compara professor de computa��o

O professor Wilson Massashiro Yonezawa lembra como se fosse ontem a primeira vez que conseguiu se conectar � Internet. Ele j� trabalhava no Departamento de Computa��o da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru. �Primeiro, tivemos de instalar um programa parecido com o Linux. Para isso, usamos quase 100 disquetes. Acabava um, n�s coloc�vamos outro. Quando a Internet come�ou a funcionar foi uma festa�, recorda.

Segundo ele, a possibilidade de navegar por sites do mundo inteiro, de entrar na Nasa, ag�ncia espacial dos Estados Unidos, e ver fotos que s� eram exibidas na TV ou nos filmes foi de uma emo��o indescrit�vel. Isso foi no in�cio dos anos 1990, logo depois do surgimento da Internet.

Quem tamb�m acompanhou a chegada dessa revolu��o a Bauru foi o professor de sistema de informa��o e vice-diretor da Faculdade de Ci�ncias da Unesp, Jo�o Pedro Albino. Ele conta que antes de chegar ao est�gio do www viveu a realidade das BBS (Bulletin Board System) � espa�os virtuais para troca de mensagens. �Foi o primeiro tipo de comunica��o com mais de uma pessoa conectada�, lembra.

O professor conta que havia uma pessoa em Bauru que tinha uma BBS. Para utiliz�-la era preciso se inscrever e pagar uma taxa. Quando chegava a vez da pessoa usar, ela se conectava, digitava o endere�o do �mural� onde queria deixar suas mensagens e, se quisesse, podia ler as mensagens postadas por outros usu�rios. Jo�o Pedro lembra que o �mural� normalmente era usado para discuss�o de determinados temas. Cada um deixava sua opini�o. Isso foi por volta de 1984. �Naquele �poca, muito pouca gente tinha computador e as linhas telef�nicas (necess�rias para a conex�o) eram caras.�

�N�o tem como falar de Internet sem falar das BBS�, afirma. Quando surgiu a Internet com os links e as janelas, a coisa come�ou a expandir. �Era um mundo totalmente diferente. N�o se prendia apenas aos textos, tinha imagens tamb�m�, comenta.

A Internet come�ou a ser explorada primeiramente pelas empresas e universidades. Depois entrou nas resid�ncias. Jo�o Pedro lembra que, no in�cio, era comum a conex�o ficar lenta ou cair por causa do �congestionamento�. Eram poucos usu�rios, mas os provedores n�o tinham estrutura para atender nem mesmo um grupo pequeno de internautas. At� hoje isso ainda � uma realidade. Embora, os provedores tenham condi��es de atender um n�mero bem maior de clientes, em determinados dias e hor�rios, a navega��o fica mais lenta por conta da quantidade de usu�rios conectados.