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02/04/09 03:00 - Turismo

Tapetes de serragem: tradi��o da cidade

Da Reda��o
Todo ano a hist�ria se repete: na noite do S�bado de Aleluia e na madrugada do Domingo de P�scoa, as ruas de Ouro Preto se transformam. A popula��o une-se para confeccionar os tapetes que enfeitar�o o trecho da cidade por onde passar� a prociss�o da Ressurrei��o. Este ano, a prociss�o sair� da Matriz de Nossa Senhora da Concei��o e percorrer� cerca de tr�s quil�metros e meio at� a igreja de Nossa Senhora do Ros�rio dos Pretos.

Todo o trabalho de confec��o dos tapetes � artesanal. Para isso s�o usado ciprestes, farinha de trigo, p� de caf�, palha de arroz, couro, cal e serragem. A serragem � preparada com quase um ano de anteced�ncia. � separada por textura e tingida de diversas cores.

A Funda��o de Arte de Ouro Preto (FAOP) coordena o trabalho dos tapetes, desde o projeto at� a confec��o. A comunidade se junta aos artistas da FAOP e ainda a turistas brasileiros e estrangeiros.

Bandas de m�sica e grupos de seresta passam a madrugada percorrendo as ruas da cidade para incentivar os moradores que trabalham nos tapetes.

Rivalidade hist�rica

A tradi��o de enfeitar as ruas de Ouro Preto com tapetes de serragem � antiga. Em 1733, a Igreja de Nossa Senhora do Pilar foi oficializada pelo Reino de Portugal. O Sant�ssimo, que representa o Corpo de Cristo, teve de ser transportado da Igreja de Nossa Senhora do Ros�rio dos Pretos para a rec�m inaugurada Matriz de Nossa Senhora do Pilar. �Os negros do Ros�rio quiseram fazer uma festa muito bonita, durante o Triunfo Eucar�stico. Ent�o, eles enfeitaram toda a cidade com tapetes. Depois dessa festa, ningu�m mais se lembrou deles�, conta M�rcia Valadares.

A confec��o dos tapetes s� recome�ou em 1963, quando Nossa Senhora do Pilar foi escolhida a Padroeira de Ouro Preto. Todas as ruas da cidade foram enfeitadas, numa grande festa. A Partir da�, os tapetes passaram a compor o cen�rio da cidade no Domingo de P�scoa e no dia do Triunfo Eucar�stico.

A cada ano a cidade fica diferente na P�scoa. � que as duas igrejas matrizes da cidade se revezam na prepara��o da Quaresma e da P�scoa. Um ano a festa � preparada pela Matriz de Nossa Senhora do Pilar, no outro ano fica por conta da Matriz de Nossa Senhora da Concei��o. E cada par�quia tenta fazer melhor do que a outra.

Essa rivalidade entre as duas par�quias vem da �poca da coloniza��o da cidade. Foram fundadas duas vilas: Vila Rica e Ant�nio Dias, que brigavam pela maior produ��o de ouro e pela prefer�ncia da Coroa Portuguesa. Depois, Vila Rica se tornou Ouro Preto e anexou Ant�nio Dias. Mas a rivalidade continuou, principalmente durante a Semana Santa. No ano em que tudo fica a cargo da par�quia de Nossa Senhora da Concei��o, no bairro Ant�nio Dias, o percurso da prociss�o � maior, cerca de tr�s quil�metros e meio, contra apenas dois da par�quia de Nossa Senhora do Pilar.

Al�m de um percurso diferente, as prociss�es s�o diferentes. Cada matriz tenta inovar na representa��o das figuras b�blicas integrantes da prociss�o, ou acrescentar algo novo � programa��o.




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