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23/03/09 03:00 - Opini�o

Futebol e educa��o

Rodolpho Pereira Lima
Ap�s Ronaldo marcar seu primeiro gol pelo Corinthians, contra o Palmeiras, a m�dia tem feito uma glorifica��o em louvor ao profissional do futebol, como prod�gio que renasce, como certo, para voltar � Copa do Mundo em 2014.

Esse fato me fez lembrar o artigo �Hora de pensar na educa��o�, publicado na revista �Agita��o�, �rg�o do CIEE (Centro de Integra��o Empresa-Escola), n.� 70 (jul/ago/2006), de autoria da ilustre Mil� Villela, presidente do Museu de Arte Moderna de S�o Paulo (MAM).

O artigo faz um paralelo entre educa��o e futebol no Brasil, cuja brilhante an�lise entendo muito oportuna focaliz�-la neste momento nesta prestigiad�ssima coluna.

Escreve a autora que durante a Copa do Mundo, enquanto os jogadores ainda sonhavam, na Alemanha, em confirmar o Brasil como principal pot�ncia do futebol mundial, no Brasil, na Bahia, l�deres de diversos segmentos da sociedade civil e de governos engajavam-se em um movimento pela melhoria da qualidade do ensino, por ser a melhor forma de tornar o Brasil uma pot�ncia mundial tamb�m fora do mundo da bola.

A Copa do Mundo j� passou, dizia, mas o paralelo entre o futebol e educa��o continua fazendo sentido. A cada quatro anos, o Pa�s vive um clima de fervor c�vico, com a perspectiva de um t�tulo mundial. � como se a sele��o fosse a melhor parte de todos n�s, a consagra��o de um particular jeito de ser, a face vistosa de uma na��o em desenvolvimento de luta para eliminar indicadores de pa�s desenvolvido.

O futebol � parte essencial de nossa identidade e motivo de auto-afirma��o. A educa��o tamb�m deveria ser. Mas n�o �. O futebol entusiasma e mobiliza. A educa��o, apesar de important�ssima, ocupa pouco espa�o expressivo na alma nacional. N�o provoca emo��es nem torcidas. Sua lament�vel situa��o n�o gera a mesma indigna��o que se sente ap�s uma derrota na Copa do Mundo.

A maioria dos brasileiros n�o admite perder um campeonato. Mas se conforma apenas em obter uma vaga na escola p�blica. Esse comportamento mostra exatamente o contraste do Brasil, ser pentacampe�o na bola e um dos �ltimos em desempenho escolar no ranking mundial. Mas o futebol, no entanto, � apenas um jogo, e por isso tem uma import�ncia relativa para a melhoria de nossas vidas e para o progresso do Pa�s. Isto significa que s� a educa��o com padr�o de qualidade pode formar a base de um novo projeto de pa�s mais justo e desenvolvido.

Conclus�o: na pr�tica � preciso colocar energia e recursos para concretiza��o da miss�o de �efetivar o direito � educa��o de qualidade para que, em 2022, bicenten�rio da Independ�ncia do Brasil, todas as crian�as e jovens tenham acesso a educa��o b�sica que os prepare para os desafios do s�culo 21�.

� preciso que o Brasil seja reconhecido n�o apenas pela excel�ncia de seu futebol, mas tamb�m pela qualidade do seu ensino que, infelizmente, se encontra muito deficiente em todos os graus escolares, tanto do ensino p�blico como particular.


O autor, Rodolpho Pereira Lima, � professor aposentado do magist�rio do Estado-SP




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