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21/03/09 03:00 - Geral

Para Chico Pinheiro, associativismo ajuda sobreviv�ncia humana

Tisa Moraes
Embora fa�a quest�o de enfatizar que n�o possui autoridade nenhuma para falar sobre qualquer mat�ria, o jornalista Chico Pinheiro faz uma afirma��o apocal�ptica: a perman�ncia da esp�cie humana na Terra depende de mudan�as urgentes no modelo de consumo e produ��o vigentes. E um dos caminhos para essa mudan�a, segundo ele, pode estar no associativismo, termo que, basicamente, se refere � uni�o de pessoas em prol das mesmas metas, de forma organizada.

Em entrevista concedida minutos antes de iniciar uma palestra ministrada ontem � noite no audit�rio da Associa��o Comercial e Industrial de Bauru (Acib), Chico disse acreditar que o individualismo contempor�neo e o sistema predat�rio de produ��o e de consumo transformar�o o mundo em um ambiente inabit�vel em poucas d�cadas, inviabilizando a sobreviv�ncia de seres humanos, animais e vegetais. �Se as coisas n�o mudarem, os cientistas calculam que, em 2050, precisaremos de dois planetas Terra para dar conta do nosso modelo de consumo. Pode parecer a cat�strofe final, mas eu aposto em um futuro modificado, sen�o n�o teria tido cinco filhos�, brinca.

Ele defende que, al�m da destrui��o de florestas, rios e cidades, a deteriora��o das rela��es interpessoais se tornaram uma grande amea�a nos dias atuais. �Infelizmente, as pessoas passaram a malhar mais o corpo do que a cabe�a e, ao contr�rio do que parece, �malhar� a cabe�a demanda mais esfor�o e acabou sendo deixada de lado�, afirma.

Embora admita que h� sinais evidentes de que este caminho auto-destrutivo pare�a irrevers�vel, Chico acredita que ser� a partir das pequenas comunidades, cada uma � sua maneira, que a mudan�a ser� viabilizada. �A iniciativa de organizar a sociedade de maneira diferente n�o vir� dos grandes centros do poder econ�mico, nem do encontro de Davos, na Su��a, nem das grandes redes de televis�o do mundo. Mas sim de a��es concretas de pessoas que est�o conscientes do seu papel na supera��o desse problema�, destaca, explicando que o associativismo deve estar presente n�o s� nas rela��es entre patr�es e empregados, mas tamb�m entre empresas, entre os membros de uma fam�lia, na escola, entre amigos, etc.

Ontem, em coletiva � imprensa, o jornalista discursou brevemente sobre o tema que, segundo ele pr�prio, tem muito ainda a ser aprofundado na pauta de discuss�es das sociedades atuais. Em sua vinda a Bauru, Chico confessa que queria apenas propor uma reflex�o �humilde�, a partir de sua observa��o enquanto rep�rter de 38 anos de carreira.

�O que me credencia a falar em uma palestra � s� essa tal de televis�o, mas eu n�o sou mais importante e n�o sei mais do que ningu�m. Eu apenas observo o que vejo da janela da minha casa, nas ruas. Mas, na verdade, eu n�o vim aqui para explicar, eu vim para confundir�, conclui, parafraseando o �cone televisivo Chacrinha.

Quem �

Jornalista desde 1971, Chico Pinheiro se diz mineiro nascido em Santa Maria (RS), porque �Minas Gerais n�o � um estado geogr�fico, � um estado de esp�rito�. Viveu em Belo Horizonte at� os 39 anos, quando mudou-se para S�o Paulo. Trabalhou no �Jornal do Brasil�, na R�dio Jornal do Brasil, na TV Globo-Minas, na TV Bandeirantes (MG e SP), TV Record e na R�dio CBN. Em 96, na TV Globo, assumiu a apresenta��o do Bom Dia S�o Paulo e do Bom Dia Brasil. Hoje, apresenta o SPTV e, na Globo News, os programas Espa�o Aberto e Sarau.




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