O caso da escola p�blica

Confesso que aquela frase mexeu comigo. No muro da Escola Estadual Ernesto Monte, na conflu�ncia das ruas Agenor Meira com Aviador Gomes Ribeiro, h� uma propaganda de uma escola particular. Nesta propaganda destaco a frase, que mexeu comigo: �Nosso col�gio garante o melhor ensino�. Uma escola gratuita faz, em seu muro, a propaganda institucional de uma escola remunerada. A frase supra-citada era, nos anos 60, o apan�gio primordial do saudoso Instituto de Educa��o Ernesto Monte. Ele garantia o melhor ensino p�blico em Bauru.

Fui aluno do Instituto de Educa��o Ernesto Monte. Que saudades dos queridos mestres: An�bal Campi, �ureo Parolo, Carlos Gomes Peixoto de Mello, Cleide Canova, Daisy Massad, Edna M�nfio, G�rson Rodrigues, Gutemberg de Campos, Jos� Benedicto Pinto, Jos� G�ri, Jos� Moraes Pacheco, Jos� Osvaldo Retz de Oliveira, Jos� Rom�o, Marco Aur�lio Pinheiro Brisolla, Maria Izabel Pires de Carvalho, Mauro Campesi, Och�lcis Aguiar Laureano, Oct�vio M�dici, Prosperina de Queiroz e tantos outros!

O �Ernesto Monte�, que era o melhor col�gio dos anos 60, como escola p�blica, agora cede seu muro para propagar o melhor ensino, n�o de uma escola estadual, mas de uma institui��o de ensino particular. N�o contesto, absolutamente, o melhor ensino da escola particular, citada no muro. Lamento, muit�ssimo, que o �Ernesto� j� n�o garanta mais o melhor ensino. Falo aqui como professor aposentado do magist�rio p�blico estadual. Falo aqui como pai de Roberto Am�rico S. Vieira (o primog�nito) que por l� estudou nos anos 80.

J� em 1980 o �Ernesto� n�o tinha o mesmo padr�o de ensino dos anos 50, 60 e 70. O ocaso da educa��o p�blica iniciou-se no regime militar (1964-1985). J� se passaram 24 anos da queda do regime militar e a pol�tica de sucateamento da escola p�blica continua. Mudaram os donos do poder, mas a pol�tica ainda prospera. A educa��o gratuita � para milh�es. A educa��o remunerada � para alguns privilegiados. Ou o Brasil investe seriamente na educa��o gratuita ou n�o haver� desenvolvimento. Vejam o exemplo do Jap�o de p�s-guerra.


Gilberto Sidney Vieira - professor - RG 3.476.358-2