Buenos Aires - Em discurso que abriu o ano legislativo na Argentina, a presidente Cristina Kirchner afirmou ontem que a crise internacional pode tornar 2009 o �mais dif�cil dos �ltimos cem anos� no pa�s.
Em meio a conflitos com o setor rural e tamb�m deser��es na base governista no Congresso, Cristina disse ser preciso �unir esfor�os diante da prov�vel continuidade da crise, que �impactar� e converter� 2009 no mais dif�cil dos �ltimos cem anos�.
A passagem de Cristina pelo Congresso argentino foi marcada por cr�ticas a dirigentes rurais e � oposi��o, pela defesa do modelo econ�mico da era Kirchner e pelo encontro com o vice-presidente, Julio Cobos, com quem a presidente est� rompida desde que ele derrubou no Senado, em julho, um projeto do governo dela que alterava o c�lculo de impostos sobre as exporta��es de gr�os.
Mas na condi��o de presidente do Senado - na Argentina o comando do Legislativo � fun��o do vice -, Cobos recebeu Cristina Kirchner no Congresso e permaneceu a seu lado durante a sess�o.
Ganhou um aperto de m�o protocolar e uma men��o indireta no discurso presidencial. �Muitas vezes, primam interesses partid�rios e especulativos, onde ao tomar decis�es tentaram abalar o governo�, disse Cristina.
A presidente tamb�m criticou o setor rural, com quem mant�m tensa negocia��o sobre mudan�as na pol�tica agr�cola. Disse que, se o projeto derrubado por Cobos estivesse vigente, a taxa��o sobre exporta��es de gr�os seria mais baixa do que a atual.
Coopera��o
Em refer�ncia velada a locautes promovidos pelos ruralistas, pediu �coopera��o� a quem �teve a sorte de acumular uma rentabilidade t�o importante que lhe permite ser o �nico setor que pode n�o comercializar seus produtos�.
Havia expectativa que Cristina Kirchner anunciasse interven��es estatais no mercado de gr�os, o que n�o ocorreu.
A presidente da Argentina deixou, contudo, a possibilidade em aberto ao dizer, sem detalhes, que ser�o criados �novos instrumentos que nos permitam intervir na economia�. |