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13/02/09 02:00 - Opini�o

Quando brincadeira vira viol�ncia

Acho saud�vel os veteranos darem as boas vindas na recep��o aos calouros que chegam �s universidades no in�cio do ano letivo. Esses locais, as universidades, guardam uma das grandes riquezas do nosso pa�s, que � a juventude brasileira em fase de forma��o humana e profissional. Mas n�o posso concordar e nem aceitar como natural ou cultural a pr�tica do trote escolar violento. J� est� provado que essa pr�tica degrada a dignidade do calouro e, em casos extremos, leva � morte. J� assistimos a esse triste filme no passado e ningu�m quer ver esse cap�tulo de selvageria se repetir. Entendo que haja uma tradi��o no receber o jovem universit�rio. Mas essa recep��o tem que vir alicer�ada no princ�pio do respeito ao outro, da amizade e da inclus�o dos calouros. S�o atitudes concretas que fazem frente ao vandalismo que se assiste em muitas ruas das cidades brasileiras, onde ocorre o trote com viol�ncia. A recep��o ao calouro pode e deve promover o trote solid�rio, que � mais inteligente e mais dignificante para a elite intelectual da juventude. Por que n�o reunir os calouros e pintar uma escola, uma creche, um hospital, ao inv�s de pintar-lhe a pele e cortar-lhe os cabelos? Por que n�o organizar a doa��o de sangue para um hospital local, ao inv�s de obrigar esses jovens a ingerirem bebida alco�lica? Em um pa�s cheio de car�ncias e aberto � solidariedade, n�o s�o poucas as alternativas para que se pratique o trote solid�rio. E, veja bem: desde que haja a plena concord�ncia do calouro, respeitando sua vontade individual de se doar para um bem coletivo. N�o � de hoje que tenho pensamento formado sobre essa quest�o. H� dez anos, apresentei projeto de lei n�mero 656/99, proibindo a pr�tica do trote escolar violento. Tenho uma posi��o hist�rica de ser contr�rio �quilo que pode ser humilhante, constrangedor ou agressivo moral e fisicamente ao calouro. � criminoso esse tipo de atitude e devem ser punidos os veteranos que praticam o trote com viol�ncia. Vale o mesmo para as institui��es de ensino que se omitem e n�o agem preventivamente para coibir essa crueldade. A confraterniza��o entre veteranos e calouros das institui��es de ensino � perfeitamente aceit�vel e saud�vel. O trote violento � conden�vel. A quest�o, ent�o, � ter limites bem definidos para que a brincadeira n�o se transforme em viol�ncia gratuita.


O autor, Milton Monti, � deputado federal e vice-l�der do governo na C�mara




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