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01/02/09 02:00 - Bairros

Aos 25 anos, Banco de Leite Humano quer expandir servi�o

Unidade municipal chega �s bodas de prata com campanha para ampliar n�mero de doadoras e objetivo de auxiliar cidades da regi�o

Wagner Carvalho/Com Reda��o
Somente quem j� precisou sabe dimensionar a sua import�ncia. Prestes a completar em agosto 25 anos de exist�ncia na cidade, o Banco de Leite Humano (BLH) comemora o sucesso de sua miss�o, que � garantir o direito � vida por meio de um alimento vital aos primeiros meses de vida do beb�: o leite materno. O anivers�rio tamb�m vem envolto pelos objetivos de ampliar o n�mero de doadoras e auxiliar cidades da regi�o.

Bauru � uma das 180 cidades brasileiras que possui um banco de arrecada��o e distribui��o de leite materno. Dezenas de m�es recorrem ao servi�o todos os meses, seja por recomenda��o m�dica ou por apresentar problemas para amamentar.

A orienta��o � prestada por uma equipe de 13 pessoas, formada por uma enfermeira, uma nutricionista e sete auxiliares de enfermagem, que, al�m de visitar os hospitais todos os dias em busca de novas doadoras, tamb�m v�o de porta em porta recolher as doa��es de leite.

Al�m disso, a mesma equipe tamb�m � respons�vel pelo processo de pasteuriza��o do leite doado, necess�rio para sua conserva��o de maneira adequada e para que possa ser consumido meses depois de produzido, mantendo, assim, as vitaminas e nutrientes essenciais para o bom desenvolvimento de uma crian�a.

A nutricionista Maria Nereida Panichi, coordenadora do Banco de Leite Humano de Bauru, relata que a entidade conta atualmente com 25 doadoras, que fornecem aproximadamente 80 litros de leite por m�s. Embora a quantidade possa parecer alta, no momento � suficiente para atender apenas a demanda di�ria do banco.

�Hoje, trabalhamos com estoque para tr�s dias apenas. O ideal seria termos quantidade suficiente para garantir o atendimento para meses�, explica Panichi.

De acordo com a coordenadora, o estoque do banco j� foi maior, mas o per�odo de final e come�o de ano sempre � complicado para as doa��es. �No meio do ano, as doa��es tamb�m diminuem, mas a justificativa � o frio intenso da �poca. Para os demais per�odos, n�o existe uma raz�o palp�vel para essa queda�, comenta.

Mesmo assim, o trabalho de busca por novas colaboradoras � intenso. Diariamente, as auxiliares de enfermagem visitam as maternidades em funcionamento na cidade em busca de m�es que se enquadrem nas exig�ncias de sa�de para serem doadoras e, claro, estejam dispostas a colaborar.

O trabalho � multiplicado por agentes de sa�de, m�dicos, enfermeiras e auxiliares, que realizam trabalho volunt�rio nas Unidades B�sicas de Sa�de (UBS) do munic�pio em busca de futuras doadoras.

�Para que pud�ssemos trabalhar de maneira tranq�ila, seria necess�rio que por m�s as doa��es atingissem a m�dia de 140 litros, j� que nossos aparelhos utilizados na pasteuriza��o do leite materno possuem capacidade para processar uma quantidade bem maior do que a do momento�, relata Panichi.

A coordenadora explica que, quando a m�e se prontifica a fazer a coleta e doar o leite para o banco, ela � orientada quanto aos cuidados para garantir a higiene e qualidade do alimento. O banco fornece o recipiente para coleta e armazenamento esterilizado, al�m da touca e m�scara para ser utilizada pela doadora durante a ordenha.

As agentes do banco tamb�m orientam quanto � conserva��o do leite at� que equipe de coleta v� at� a resid�ncia da pessoa para buscar a doa��o, que posteriormente passar� pelo processo de pasteuriza��o.

Em munic�pios vizinhos a Bauru, como Agudos e Piratininga, tamb�m existem m�es que colaboram como banco. Nessas cidades tamb�m existem crian�as atendidas pelo banco de leite de Bauru.

Isso ocorre, de acordo com a coordenadora, porque geralmente os m�dicos prescrevem o leite materno para tratamento de crian�as debilitadas e, nestes casos, as m�es recorrem ao servi�o mantido pelo munic�pio.

�Infelizmente, a nossa estrutura de log�stica n�o permite que fa�amos a coleta em munic�pios distantes, mas temos capacidade para pasteurizar uma quantidade bem maior de leite materno�, explica.


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Atendimento sem fronteiras

A abrang�ncia de atendimento do Banco de Leite Humano (BLH) de Bauru j� ultrapassou os limites da cidade, mas n�o consegue ir muito longe. A estrutura de log�stica do servi�o permite apenas que a coleta seja feita em munic�pios pr�ximos de Bauru, como Agudos e Len��is Paulista. Mesmo assim, o banco n�o deixa de socorrer as m�es que o procuram.

A nutricionista Maria Nereida Panichi, coordenadora do BLH, conta que o banco tem capacidade para processar e pasteurizar uma quantidade bem maior de leite humano, mas o ideal seria que os munic�pios da regi�o criassem postos de coleta.

A Secretaria Municipal de Sa�de de Len��is Paulista vem mantendo contato com o banco de Bauru para montar um posto de coleta naquela cidade. O interc�mbio foi motivado pelo interesse de algumas mulheres em doar leite materno.

Atualmente, mesmo com a dificuldade para conseguir novas doadoras de leite materno, o BLH tem auxiliado duas crian�as que n�o residem em Bauru. Um dos casos est� em Len��is: um menino portador de sopro no cora��o e com uma das v�lvulas do pulm�o com problema. �Ele � cardiopata e por recomenda��o m�dica deve ser alimentado exclusivamente com leite materno�, explica Panichi.

Outro caso atendido pelo BLH est� na regi�o de Lins. Um garoto que nasceu com 1,620 gramas n�o consegue se alimentar com outro tipo de leite e o banco localizado naquela regi�o n�o tem capacidade para atender a demanda da crian�a. A av�, que reside em Bauru, se encarrega de pegar o leite no banco e fazer com que o alimento chegue toda semana para o neto.


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� lei

Licen�a-maternidade de pelo menos 120 dias, ber��rio, creche ou local apropriado para amamenta��o. Estes s�o alguns dos benef�cios garantidos por lei �s m�es brasileiras. Tanto as trabalhadoras do campo quanto as da cidade t�m direito � licen�a de, no m�nimo, 120 dias (em alguns Estados brasileiros, o prazo j� foi estendido para 180 dias), sem correr o risco de perda do emprego e sal�rio.

Ap�s votar ao trabalho e at� que o beb� complete o sexto m�s de vida, a m�e tem por lei direito a dois descansos remunerados de 30 minutos por dia a cada quatro horas trabalhadas. Os intervalos normais para repouso e alimenta��o n�o podem ser alterados.

As empresas que mantiverem em seu quadro de empregados 30 ou mais mulheres maiores de 16 anos tamb�m devem oferecer ber��rio, creche ou um ambiente apropriado para amamenta��o, que pode ser dentro ou fora do local de trabalho. Para o pai, a lei garante, por enquanto, cinco dias de licen�a.

Em caso de ado��o ou guarda civil de crian�as com at� 1 ano de idade, a licen�a-maternidade � de, no m�nimo, 120 dias. Para crian�as de 1 a 4 anos, a licen�a � de 60 dias; e para idade superior a 4 anos, a mulher ter� 30 dias de prazo. Para garantir o acesso ao benef�cio, a pessoa precisa apresentar o termo judicial de guarda � adotante ou guardi�.




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