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10/01/09 02:00 - Bairros

Crise derruba pre�o de material recicl�vel e prejudica catadores

Ana Paula Pessoto
Montes e montes de papel�o, de pl�stico e at� de latinhas de alum�nio. Esta � a cena na Cooperativa de Reciclagem de Bauru, apoiada pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma), e de muitos ferros-velhos da cidade. Mas o ac�mulo de materiais recicl�veis est� longe de ser motivo de alegria para os 27 cooperados e para quem recolhe os produtos de casa em casa. A demanda por esses materiais caiu significativamente por causa da crise mundial. E o pre�o, tamb�m.

O quilo do papel�o para reciclagem caiu de R$ 0,28 para R$ 0,12 ap�s a crise, de acordo com a cooperativa. At� a latinha de alum�nio, material mais caro entre os recicl�veis e que mais lucro dava para os catadores, desvalorizou. Antes da crise, os catadores vendiam o quilo de latinha a R$ 3,50, R$ 3,80. Agora, se quiserem escoar a mercadoria, t�m de aceitar, na melhor das negocia��es, R$ 2,00 pelo quilo.

Tanto os cooperados, que separam e vendem os recicl�veis recolhidos pela Semma, quanto os catadores que coletam os recicl�veis de casa em casa est�o sendo atingidos em cheio pela crise mundial. Se at� novembro do ano passado era dif�cil tirar o sustendo com recicl�veis, agora est� mais ainda, confirma o catador Ant�nio Francisco de Melo.

Com os papel�es que recolhia nas ruas, at� novembro do ano passado ele conseguia perto de R$ 1 mil por m�s. Como o pre�o caiu muito, ele continua trabalhando, mas vai estocar o material at� fevereiro ou mar�o, �poca que espera que os ferros-velhos da cidade passem a pagar mais pelo produto. �Enquanto isso vou tentando outras alternativas para viver�, disse ele.

H� dois anos, Maria Aparecida Silveira, 45 anos, trabalha com materiais recicl�veis na Cooperativa de Reciclagem. Ela conta que � deste trabalho que tira o sustento de seus sete filhos. Trabalhar em meio ao lixo, o que seria um sacrif�cio para muita gente, n�o desanima a mulher. �Gosto do trabalho que fa�o. Al�m de garantir o sustento da minha fam�lia, ainda contribuo com a reciclagem e, com isso, ajudo a preservar o meio ambiente�, diz.

Apesar de gostar do seu trabalho, Maria Aparecida est� apreensiva com a queda no pre�o dos materiais recicl�veis. Ela, que chegava a ganhar R$ 700,00 mensais, agora n�o tira mais que R$ 450,00. �Minha esperan�a � que em fevereiro ou mar�o os pre�os voltem a subir, pois estou sentindo dificuldades para pagar todas as minhas contas�, preocupa-se.

Os 27 cooperados separam os materiais recicl�veis coletados na cidade pelos quatro caminh�es da Semma. At� novembro, cada trabalhador recebia, em m�dia, R$ 700,00 mensais por oito horas trabalhadas por dia. Em dezembro e janeiro a renda caiu para R$ 450,00, em m�dia.

Sidney Rodrigues, diretor do departamento de a��es e recursos ambientais da Semma, ressalta que as grandes empresas de reciclagem n�o est�o comprando o material por medo da crise, por n�o saberem o que esperar do mercado. �A tend�ncia � que haja um pequeno aumento de pre�os entre fevereiro e mar�o�, diz.




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