Acordo ortogr�fico ainda n�o � aplicado em Bauru

As altera��es previstas pelo mais recente acordo ortogr�fico na l�ngua portuguesa ainda n�o est�o sendo aplicadas pela maioria dos bauruenses. Embora estejam em vig�ncia desde o dia 1 deste m�s, muita gente adotar� as novas regras apenas no futuro, mesmo que seja pr�ximo. A mudan�a ser� gradual e as institui��es de ensino fundamental e m�dio t�m at� 2012 para se adequar.

A toler�ncia tamb�m ser� estendida para vestibulares e concursos p�blicos, cujas provas dever�o aceitar como corretas as duas normas ortogr�ficas. Somente a partir de 1 de janeiro de 2013, a nova ortografia ser� a �nica considerada correta. �At� l�, vai virar bagun�a. Acho que Lula (Luiz In�cio Lula da Silva) se precipitou. N�o precisava ser assim tudo atropelado�, comenta uma professora de escola estadual da cidade, que preferiu n�o se identificar. Ela e seus colegas ainda n�o passaram por capacita��o sobre as novas regras.

�O Estado vai aderir, mas aos poucos. No livro, vai estar uma coisa e n�s vamos ensinar outra. Vamos usar as regras novas, mas elas n�o ser�o cobradas dos alunos. Se escreverem errado, vamos ensinar o correto, mas sem descontar nota. Essa � a informa��o que eu recebi extra-oficialmente. Por enquanto, ningu�m falou nada, parece que a reforma est� sendo ignorada�, acrescenta.

No entanto, de acordo com a Secretaria do Estado da Educa��o, 17 mil mestres de todas as disciplinas do Estado de S�o Paulo, de um universo de 230 mil, j� passaram por capacita��o no final de 2008. Neste ano, o trabalho continuar� e o material encaminhado aos professores j� respeitar� as novas regras. Ainda assim, os consultados pela reportagem n�o percebem preocupa��o entre os colegas com rela��o ao novo acordo ortogr�fico.

Receosos com eventuais retalia��es (tanto por parte do Estado quando da iniciativa privada), concederam entrevista desde seus nomes fosse preservados.

Ler e escrever

�Apreens�o maior vem do professor de l�ngua portuguesa. Os outros criaram aquela coisa: n�o � minha �rea, n�o tenho nada com isso. � dif�cil o professor de portugu�s cobrar uma coisa e o de outra disciplina, n�o�, comenta outra professora de portugu�s.

De acordo com ela, tal problema � antigo. �Eles fazem cartazes com aberra��es e pedem para o professor de portugu�s corrigir. Escrever todo mundo tem que saber, principalmente professor�, critica. Se fosse assim, o desempenho de alunos em exames como o Sistema de Avalia��o de Rendimento Escolar do Estado de S�o Paulo (Saresp) seria melhor. �Por enquanto, n�o fomos informados de prazo nenhum�, ressalta ela, que tamb�m d� aulas na rede privada.

A ades�o �s novas regras tamb�m est� sob estudo no Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de S�o Paulo (Sieeesp), informa o diretor regional Gerson Trevisani. �Vamos cumprir a lei, mas tem prazo. O sindicato ainda n�o se pronunciou, mas j� est� com uma comiss�o de pedagogos analisando para fazer um comunicado por escrito �s escolas�, conclui.


F�cil

N�o ser� dif�cil incorporar as mudan�as previstas pelo mais recente acordo ortogr�fico, na opini�o de Jos� Perea Martins. Veterano no assunto, diz isso com repert�rio. J� passou por outras reformas ortogr�ficas, al�m de ser membro da Academia Bauruense de Letras e estudioso da l�ngua portuguesa.

�Vai dar para aprender bem porque � pouca coisa e tem uma transi��o de quatro anos. Para quem passou pela de 1943, essa n�o � nada�, comenta. Perea cursava o ensino fundamental na d�cada de 40, quando teve de se adaptar �s novas regras vigentes naquela �poca. �Acabaram com diversos tipos de palavras. Farm�cia se escrevia com PH e passou a se escrever com F�, ressalta.


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JC muda em fevereiro

O Jornal da Cidade informa a seus leitores que vai adotar as novas regras ortogr�ficas em seus textos a partir de fevereiro. A decis�o se baseia na publica��o do novo Vocabul�rio Ortogr�fico da L�ngua Portuguesa (Volp), que ser� publicado em fevereiro, ap�s reuni�o da Academia Brasileira de Letras, que ficou encarregada, oficialmente, da revis�o final das mudan�as.

V�rias palavras ainda est�o em aberto ap�s a vig�ncia do Acordo Ortogr�fico entre os pa�ses de l�ngua portuguesa.