Moscou - A R�ssia cortou ontem o fornecimento da g�s � Ucr�nia, cujos gasodutos transportam 80% das exporta��es russas para a Europa, gerando temores de desabastecimento em pleno inverno. Um quarto do g�s consumido na Uni�o Europeia � exportado pela estatal russa Gazprom.
O corte, resultado de um impasse nas negocia��es entre a Gazprom e a Ucr�nia sobre o pre�o a ser pago pelo g�s em 2009 e supostas d�vidas - contestadas por Kiev -, reflete as tens�es entre o Kremlin e a ex-rep�blica sovi�tica. O pa�s, que afastou-se da influ�ncia moscovita ap�s a Revolu��o Laranja de 2004, � aspirante a membro da Otan, alian�a militar liderada pelos EUA.
�Todos os compromissos de abastecimento e transporte (da g�s) t�m de ser honrados�, cobrou a Rep�blica Tcheca, que assumiu ontem a presid�ncia rotativa da UE, em nota conjunta com a Comiss�o Europeia. �O fluxo previs�vel de energia para a Ucr�nia e o resto da Europa sob condi��es de mercado � essencial para a estabilidade e confian�a nos mercados de energia�, disse um porta-voz da Casa Branca.
Washington tamb�m exortou Kiev e Moscou a �terem em mente as implica��es humanit�rias de qualquer corte de fornecimento de g�s no inverno�. Com o frio, a necessidade de aquecer os edif�cios aumenta a demanda por g�s na Europa.
G�s desviado
Moscou e Kiev negam que o corte prejudique o fornecimento na Uni�o Europeia. Apenas o suprimento destinado � Ucr�nia foi cortado, segundo a Gazprom, que continua a abastecer o mercado europeu. Para que o g�s atravesse os gasodutos ucranianos, por�m, � preciso que eles estejam cheios.
Kiev afirma ter g�s suficiente para �v�rios meses�, mas a estatal Naftogaz anunciou que est� desviando 21 milh�es de metros c�bicos destinado � Europa para manter a press�o nos gasodutos. O volume representa 7% das exporta��es di�rias.
Ap�s o an�ncio ucraniano, a Gazprom informou ter aumentado o fornecimento para a Europa. Isto compensaria o desvio, que, segundo o premi� Vladimir Putin, �ter� s�rias consequ�ncias� para a Ucr�nia.
Em 2006, a interrup��o do envido de g�s russo � Ucr�nia afetou v�rios pa�ses. Desde ent�o, a Europa aumentou seus estoques e especialistas afirmam que o corte n�o tem impacto imediato. Um prolongamento da crise, por�m, pode afetar os europeus. |