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31/12/06 00:00 - Sa�de

Atividade l�dica melhora condi��o de crian�a doente

Pesquisa aponta que 60% dos pequenos pacientes apresentam melhora de humor e estado emocional

Constan�a Tatsch/Folhapress
Os benef�cios de atividades l�dicas realizadas por volunt�rios para alegrar crian�as hospitalizadas s�o unanimidade entre m�dicos, pacientes e familiares. Mas, pela primeira vez, um estudo conseguiu express�-los em n�meros.

A pesquisa, feita por psic�logos da Santa Casa de S�o Paulo durante um ano, avaliou o efeito do trabalho de contadores de hist�rias no tratamento de 15 crian�as com c�ncer, no setor de pediatria do hospital.

Os resultados apontam que 66% das crian�as tiveram melhora no humor e no estado emocional. A intera��o com m�dicos, acompanhantes e outras crian�as tamb�m melhorou em 46% dos casos. Os pacientes que estavam ap�ticos, passaram a caminhar pelo corredor e a brincar (60%). Outro ponto importante foi a melhora do apetite, registrada em 60% das crian�as.

De acordo com o estudo, oito crian�as reclamavam de dor. Depois dos contadores, seis relataram melhora. Outras cinco n�o queriam ficar na cama, no quarto ou no hospital - quatro pararam de se queixar.

A pesquisa foi feita de duas maneiras: acompanhamento psicol�gico e um question�rio cient�fico respondido pelos acompanhantes, antes e depois da visita do contador.

�� sabido que as atividades l�dicas s�o muito importantes, mas at� o momento, n�o hav�amos quantificado�, afirma Maria das Gra�as Saturnino de Lima, coordenadora da pesquisa. �E os resultados comprovaram nossas expectativas. Mostram o quanto as pr�ticas l�dicas beneficiam a condi��o psicol�gica da crian�a doente.�

A psic�loga explica que s�o muitos os fatores que influenciam no bem-estar de um paciente com doen�a grave e, por melhor que seja o trabalho, n�o h� milagres. �O c�ncer provoca muita dor. N�o d� para responsabilizar s� a parte psicol�gica. Ainda assim, as melhoras s�o significativas�, diz Maria das Gra�as, que pretende avaliar os benef�cios de palha�os com adultos hospitalizados - os contadores foram escolhidos porque faziam visitas rigorosas.

Maria Let�cia Cavalcanti Rotta, coordenadora do departamento de psicologia da AACC (Associa��o de Apoio � Crian�a com C�ncer), tamb�m v� no dia-a-dia os benef�cios de levar um pouco de alegria aos jovens pacientes. �Ela esquece um pouco da doen�a e se aproxima de uma vida mais saud�vel, resultando em uma viv�ncia emocional menos sofrida, que contribui com o tratamento.�

�A gente consegue ver uma melhora no bem-estar f�sico. A crian�a lembra que o mundo vai al�m dos m�dicos e do hospital. Ela fica mais tranq�ila e o relacionamento com os outros fica melhor.�


O volunt�rio

Por tr�s de tantos benef�cios est�o pessoas como Antonio Alfredo da Silva, 41 anos, engenheiro de telecomunica��es e contador de hist�rias, ligado � Associa��o Viva e Deixe Viver que atua em 22 hospitais.

H� cinco anos, uma vez por semana, ele vai at� a Santa Casa. L� hist�rias, leva desenhos para colorir, conversa e pega no colo as crian�as internadas. Se interessou pelo trabalho quando foi encontrar crian�as de um orfanato que ajudava em um hospital. �Chegando l�, vi os caras contando hist�rias. Foi um choque ver aquele ambiente ruim e, ao mesmo tempo, a alegria que eles causavam.�

O resultados do estudo ele percebe na pr�tica. �Em muitos momentos voc� chega e as enfermeiras pedem ajuda: �tem um aqui que n�o quer tomar rem�dio, l� um pouco, v� se ele consegue aceitar o rem�dio�. A gente percebe muito isso�, diz. �Cansei de ler e a crian�a dormir. Para mim, � o m�ximo. A psic�loga disse que elas sonham com isso�, conta.

Com sonho ou n�o, Toni j� melhorou as noites de muitas crian�as, como Caic Souza de Morais, 10. O menino, que fez tratamento de quase dois anos para tratar um tumor, n�o gosta de falar sobre a doen�a, mas lembra com carinho do trabalho de Toni. �Ele contava cada hist�ria legal.... Parecia que a gente estava em casa, at� dormia com as hist�rias, v�rias vezes dava para dormir�, diz ele, para logo em seguida, mudar de assunto e come�ar a tirar d�vidas sobre o sistema banda larga. A conversa descontra�da mostra que, ao lado dele, mais que um contador de hist�ria ou um engenheiro de telecomunica��es, est� um amigo.




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