Para especialistas, brasileiros n�o est�o preparados para envelhecer

Apesar do r�pido crescimento registrado pela popula��o idosa nos �ltimos anos, as casas brasileiras ainda n�o se adaptaram � nova realidade demogr�fica do Pa�s.

Essa � a opini�o de profissionais e especialistas consultados pelo Jornal da Cidade. A arquiteta carioca Cybele Barros � uma das pioneiras no conceito de moradia segura para a terceira idade.

Ela desenvolveu um projeto, em 1999, em parceria com a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), voltado para a preven��o de acidentes dom�sticos nas resid�ncias de idosos, que depois deu origem a um livro entitulado �Casa Segura�.

Na opini�o dela, os brasileiros n�o t�m consci�ncia de preparar uma resid�ncia para o futuro. �As pessoas se esquecem de que um dia v�o ficar velhas e enfrentar limita��es de mobilidade�, diz. Na opini�o de Barros, as constru��es brasileiras costumam seguir normas ruins, ditadas por regras puramente mercadol�gicas.

�O ideal, por exemplo, seria que todos os im�veis tivessem portas largas, e corredores com amplas �reas de circula��o. Mas o que ocorre � o contr�rio. Os construtores diminuem o tamanho de tudo para economizar em material�, diz.

Por outro lado, lembra a arquiteta, muitas das adapta��es que poderiam deixar as casas dos brasileiros mais confort�veis e seguras n�o est�o dispon�veis � maioria das pessoas.

A chefe do Centro de Atividades (CAT) do Servi�o Social da Ind�stria (Sesi) de Bauru, Rosemary de Andrade dos Santos, concorda com Barros. �Em geral, interven��es e reformas costumam custar bastante caro. O ideal seria que os im�veis j� viessem preparados para receber os idosos�, afirma. Na vis�o de Santos, a terceira idade ficou relegada a um segundo plano no Brasil devido ao fato de o envelhecimento da popula��o ser relativamente recente.

Apesar de reconhecerem que a maioria das pessoas enfrenta limita��es financeiras, parte dos arquitetos lembra que algumas adapta��es essenciais para o bem-estar dos moradores de uma casa podem ser feitas sem necessidade de grandes somas em dinheiro.

�Hoje em dia, muitos profissionais conseguem elaborar projetos adequados � realidade financeira de cada cliente. Com poucos recursos, � poss�vel se fazer trabalhos satisfat�rios�, acredita Edmilson Queiroz Dias, professor da Universidade Estadual Paulista e coordenador do curso superior de arquitetura e urbanismo da Universidade Paulista (Unip).