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20/12/06 00:00 - Ag�ncias - Brasil

Vaias marcam diploma��o de deputados

Evento na Assembl�ia paulista foi marcado por protestos contra o aumento no Congresso, os sanguessugas e �mensal�es�

Alceu Lu�s Castilho/Correspondente do Jornal da Cidade em Bras�llia
S�o Paulo - Elegant�rrimo, Clodovil Hernandes (PTC) pareceu o �nico realmente incomodado com as vaias recebidas durante a cerim�nia de diploma��o dos deputados federais eleitos por S�o Paulo, ontem na Assembl�ia Legislativa de S�o Paulo (Alesp).

Outros vaiados, como o ex-ministro Ant�nio Palocci (PT) e Valdemar Costa Neto (PR, eleito pelo PL), adotaram pose teatral, como se n�o estivesse acontecendo nada. Outras potenciais v�timas do apupo, como o presidente da C�mara, Aldo Rebelo (PC do B), e o ex-presidente do PT Jos� Geno�no nem compareceram.

A festa da diploma��o acabou se tornando uma esp�cie de julgamento. Para al�m dos deputados apoiados por claques, somente a deputada Luiza Erundina (PSB) pareceu receber uma esp�cie de aclama��o coletiva. Mas ela era exce��o. O desfile foi em boa parte de acusados - particularmente pelo esc�ndalo do mensal�o. E quase todos estavam sob suspeita de patrocinar o pr�prio superaumento. Foi uma festa envergonhada da democracia.

No caso do costureiro e apresentador Clodovil, pode-se falar que houve humor. Afinal, entre vaias e aplausos, ele recebeu alguns �fiufius�, assobios tipicamente endere�ados a mulheres. S� que esses assobios revelam tamb�m preconceito contra homossexuais. E assim a �festa� se tornou realmente o que era: trag�dia, farsa.

O deputado mais votado no Estado apareceu de bengala, andando devagar. �Mais gordo e mais velho�, disse com certa pena um deputado tucano sobre o tamb�m vaiado Paulo Maluf. Entre os jornalistas, na sala de imprensa, a interpreta��o dominante foi a de que ele estaria atuando, fazendo jogo de cena para parecer uma v�tima - ele que possui tantas investiga��es em seu encal�o, das administra��es na prefeitura paulistana � exist�ncia de contas no Exterior.

Na sa�da do plen�rio, os deputados eram sistematicamente parados para opinar sobre o aumento salarial, a decis�o-frisson tomada pelo ex-comunista Renan Calheiros (PMDB) e pelo comunista (pelo menos em tese) Aldo Rebelo (PC do B). Em meio a not�cias ainda desencontradas sobre decis�o do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender a medida, pelo menos at� que ela seja submetida ao plen�rio da C�mara, os deputados invocavam o STF para se safar das perguntas. Foi o caso de Walter Feldman (PSDB), que ao menos deu a senha para um movimento poss�vel no plen�rio: �Se aprovarem, abrimos m�o do sal�rio�.

O mesmo disse o advogado R�gis de Oliveira (PSC), invocando a inconstitucionalidade do projeto e declarando que a diferen�a, em caso de aprova��o de fato, ser� doada para institui��es beneficentes. No term�metro do sagu�o da Assembl�ia paulista, todos diriam que a aprova��o do superaumento ser� algo impens�vel em Bras�lia.

Mas eis que surge o deputado Ricardo Berzoini (PT), ex-presidente do partido e um dos mais vaiados na manh� calorenta em S�o Paulo. Diante dos microfones, ele adota um discurso pouco objetivo em rela��o ao aumento (n�o diz que � justo, mas que � preciso analisar as distor��es em rela��o aos tr�s poderes) e define mais de uma vez a quest�o da vota��o no plen�rio como algo �t�cnico�.

�Mas, deputado, n�o � somente algo t�cnico, a vota��o em plen�rio implica uma presta��o de contas para a sociedade�, argumenta o rep�rter. Berzoini desconversa e ouve a mesma pergunta. Diz �obrigado� e ouve pela terceira vez a mesma pergunta - �presta��o de contas para a sociedade�, etc. Berzoini diz novamente �obrigado� e vai embora.


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Serra

A agita��o foi tanta na Assembl�ia Legislativa de S�o Paulo (Alesp) que sobrou at� para o governador eleito, Jos� Serra. No momento de sua diploma��o, um dos convidados se levantou e, da galeria, chamou o tucano de sanguessuga e vampiro. Em resposta, o p�blico gritou o nome de Serra, provocando a ades�o dos deputados aliados. Em retribui��o ao coro, o governador eleito ergueu os bra�os.

Ap�s posar para fotos com deputados eleitos e agendar audi�ncias at� com petistas, Serra deixou a Assembl�ia esquivando-se das pol�micas: pelos fundos. A galeria da Alesp tem capacidade para 230 pessoas. Pelo menos outras 50 pessoas assistiram � cerim�nia de p�.


Folhapress




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