Bush culpa rede Al-Qaeda por viol�ncia

Tallinn - Um dia ap�s a Casa Branca reconhecer que a explos�o de viol�ncia sect�ria no Iraque levou o pa�s a uma �nova fase� - que Washington se recusa a chamar de guerra civil -, o presidente dos EUA, George Bush, culpou ontem o grupo terrorista Al-Qaeda pela situa��o.

No mesmo dia, exortou seus aliados da Otan (alian�a militar ocidental) a enviarem mais tropas para o Afeganist�o, dizendo que nos dois pa�ses h� uma guerra �contra extremistas dispostos a matar inocentes para atingir seus objetivos�.

Na Est�nia - onde esteve antes de ir para Riga, na Let�nia, para a reuni�o de c�pula da Otan - Bush reconheceu que �h� muita viol�ncia sect�ria� no Iraque, culpando extremistas cujo objetivo seria impedir a democracia. �A viol�ncia � fomentada por ataques da Al-Qaeda, que fazem as pessoas buscarem uma repres�lia.� O presidente se encontra hoje com o premi� iraquiano, o xiita Nuri al Maliki, na Jord�nia para discutir novas estrat�gias contra o caos no Iraque. Segundo ele, as tropas dos EUA n�o deixam o pa�s �at� que a miss�o esteja cumprida�.

Questionado sobre se a situa��o j� era de guerra civil, Bush afirmou: �H� todo tipo de especula��o�. Ontem, o jornal �The New York Times� e outros peri�dicos de destaque, como o �Los Angeles Times�, anunciaram que passar�o a se referir ao conflito sect�rio como guerra civil. A decis�o segue an�ncio similar da rede de TV NBC. O termo diz respeito aos crescentes confrontos entre fac��es no pa�s, e n�o � guerra propriamente dita, entre a coaliz�o e insurgentes.

Bush hesita em pedir o apoio de S�ria e Ir� contra a viol�ncia. O l�der supremo do Ir�, aiatol� Ali Khamenei, em encontro com o presidente iraquiano, Jalal Talabani, em Teer�, culpou os EUA pelo caos no Iraque, sugerindo a sa�da americana.

Ontem, cinco meninas e um adulto iraquiano foram mortos num confronto entre americanos e suspeitos em Ramadi. O Ex�rcito lamentou as mortes. No mesmo dia, o Conselho de Seguran�a da ONU aprovou a extens�o, por um ano, do mandato das for�as da coaliz�o. Afeganist�o Com o apoio do secret�rio-geral da Otan, Jaap de Hoop Scheffer, Bush pediu ontem, no primeiro dia da reuni�o da alian�a, que os aliados enviem mais tropas ao Afeganist�o. H� hoje 32.800 militares no pa�s.

�Para ter sucesso, os aliados precisam providenciar as for�as militares de que os comandantes necessitam. Os pa�ses t�m de aceitar tarefas dif�ceis�, afirmou, em refer�ncia �s restri��es, aprovadas pelos Parlamentos nacionais, que impedem alguns pa�ses de operar em determinada �rea ou participar de certos combates. A principal restri��o diz respeito a a��es no sul , onde ocorrem os piores confrontos com o grupo extremista isl�mico Taleban.

O premi� brit�nico, Tony Blair, aliado de Bush, disse que a credibilidade da Otan depende da a��o. �A credibilidade da Otan est� em jogo. Se n�o tivermos sucesso, o mundo ser� menos seguro.� A chanceler alem�, Angela Merkel, disse que n�o vai enviar mais soldados - h� 2.700 alem�es no Afeganist�o.

Tamb�m ontem, Bush exigiu o Ir� o abandono de seu programa nuclear antes de negociar com a alian�a americana a participa��o no esfor�o de estabiliza��o do Iraque. Enquanto os EUA enfrentam uma forte press�o para incluir o Ir� e a S�ria na for�a que atua no Iraque, o presidente iraquiano, Jalal Talabani, se adiantou e j� viajou ontem para Teer� para discutir uma eventual participa��o do pa�s vizinho na guerra.

Bush disse que j� deixou �evidente o que � necess�rio para que o Ir� possa negociar� com os americanos - o abandono do enriquecimento de ur�nio. O presidente insistiu ainda que a id�ia de um Ir� nuclear � �inaceit�vel�. �Se o Ir� quer se envolver no Iraque, ter� que se envolver de uma maneira construtiva�, continuou Bush.

Apesar das exig�ncias, o presidente americano afirmou que a democracia iraquiana � soberana e saber� negociar sua pol�tica internacional por conta pr�pria, �como j� vem fazendo�.

Pouco depois do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, condicionar a participa��o do Ir� no Iraque ao abandono do programa nuclear de Teer�, o l�der iraniano supremo, aiatol� Ali Khamenei, disse ontem que a solu��o para a viol�ncia no pa�s �rabe � a retirada total das tropas estrangeiras. O l�der iraniano culpou os EUA pelo estado de caos no Iraque.

A visita de Talabani a Teer� n�o � gratuita - no �ltimo domingo, o presidente do Ir�, Mahmoud Ahmadinejad, disse que est� disposto a ajudar os EUA a �colocar fim � situa��o atual� do Iraque, caso o governo de Bush pare de �agredir e insultar� seu pa�s.

Os Estados Unidos se recusaram, em diversas ocasi�es, a negociar com o Ir� e a S�ria para que os pa�ses ajudem a trazer estabilidade para o Iraque, acusando Teer� e Damasco de ajudarem grupos insurgentes que atuam no pa�s. Mas a administra��o de Bush vem sendo pressionada para mudar sua estrat�gia e abrir um canal de di�logo com os dois pa�ses.