Mercadante dep�e � Pol�cia Federal e nega envolvimento no caso do dossi�

S�o Paulo - O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) prestou depoimento ontem de manh� � Pol�cia Federal (PF) para esclarecer detalhes sobre o envolvimento de seu ex-assessor Hamilton Lacerda na compra do dossi� contra candidatos tucanos. Ele disse ao delegado Di�genes Curado que n�o soube do envolvimento de Lacerda com os outros petistas que articularam a compra do material com o empres�rio Luiz Ant�nio Vedoin, s�cio da Planam.

Segundo disse � PF, Mercadante tomou conhecimento da compra do dossi� somente depois que o epis�dio se tornou p�blico. �Ele (Hamilton Lacerda) nunca tratou desse assunto comigo. Quando eu soube que ele ia � revista �Isto� (negociar a divulga��o das informa��es contra os tucanos), foi uma quebra de confian�a. Eu n�o venceria (a campanha ao governo de S�o Paulo) caminhando por ataques pessoais, e o Jos� Serra n�o estava fazendo ataques pessoais � minha campanha�, afirmou.

Mercadante disse que, depois de descobrir o envolvimento de Lacerda no dossiegate, n�o conversou mais com o ex-assessor -nem com Jorge Lorenzetti, ex-analista de risco e m�dia da campanha do presidente Luiz In�cio Lula da Silva � reelei��o. �Eu nunca mais falei com nenhuma dessas pessoas. Qualquer movimento poderia ser interpretado como tentativa de obstruir as investiga��es�, disse.

O envolvimento de Hamilton Lacerda no dossiegate foi revelado dias depois da pris�o de Gedimar Passos e Valdebran Padilha com o dinheiro que seria utilizado para comprar o material. Mercadante disse que, nesse per�odo, pode ter conversado por telefone com Lacerda por n�o saber do envolvimento de seu ex-auxiliar na opera��o antitucana. �Pode ser que eu tenha falado com ele nesse per�odo, mas sobre esse assunto eu nunca falei�, enfatizou.

Lacerda foi acusado de articular a publica��o da reportagem � �Isto� contra o ent�o candidato ao governo de S�o Paulo, Jos� Serra (PSDB), sobre o suposto envolvimento do tucano na m�fia das ambul�ncias. Mercadante acabou envolvido no epis�dio como um dos supostos respons�veis pela compra do material, j� que estava atr�s de Serra nas pesquisas de inten��o de voto para o governo de S�o Paulo.

O senador negou, no entanto, que tivesse interesse em divulgar o conte�do do dossi�. �Eu n�o tinha o menor interesse em enveredar por esse caminho. Eu sempre disse que n�o usaria esse tipo de den�ncia�, afirmou.

Reuni�o

Mercadante confirmou ao delegado Curado que se reuniu em seu gabinete no Senado com Expedito Veloso, ex-diretor do Banco do Brasil, e Osvaldo Bargas, ex-assessor da campanha de Lula � reelei��o, no dia 4 de setembro deste ano -dez dias antes da pris�o de Gedimar e Valdebran. Os dois est�o envolvidos na compra do dossi�.

Na reuni�o, da qual tamb�m participou a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), Bargas e Expedito pediram que a bancada petista no Senado estivesse presente em massa no depoimento do empres�rio Luiz Antonio Vedoin no Conselho de �tica do Senado, no dia 05 de setembro, pois o s�cio da Planam poderia revelar detalhes sobre a m�fia das ambul�ncias que comprometeriam pol�ticos tucanos. Mercadante negou, no entanto, que Expedito e Bargas tenham revelado as negocia��es sobre a compra do dossi�. �O Expedito estava mais informado sobre tudo e deu o relato. Eles achavam que a dela��o premiada era importante para o Vedoin, por isso poderia dizer tudo o que sabia para a bancada atuar nesse assunto�, afirmou.

O relato do senador contradiz as afirma��es de Bargas � CPI dos Sanguessugas, nesta quarta-feira, quando disse que n�o sabia das informa��es contra os tucanos. O ex-assessor da campanha de Lula disse � comiss�o que teria viajado a Cuiab� somente para comprovar se Vedoin concederia a entrevista negociada com a revista �Istoɔ.

O depoimento ao delegado Curado ocorreu no pr�prio gabinete de Mercadante, que no dia 13 de outubro se colocou � disposi��o da PF para esclarecer as den�ncias do dossiegate. Por ter foro privilegiado como senador, Mercadante n�o precisou ir � PF prestar depoimento.