Aconteceu comigo e foi numa pescaria em Regin�polis. Estava junto naquela ocasi�o o meu amigo Morais. Chegando ao rio, cada um de n�s saiu � procura de um po�o para iniciar a pescaria. Eu achei um bom lugar para ficar. Depois de arrumar a traia comecei a cevar o po�o, e fiquei � espera dos tambius ou alguma piava, mas naquele dia os peixes n�o queriam nada comigo.
O amigo Morais tinha descido o rio e eu n�o sabia se ele estava pegando alguma coisa, porque eu estava ainda com o dedo atolado e cansado de jogar ceva no po�o, at� que resolvi sair do lugar. Como estava a pular peixes do outro lado do rio � �� pra l� que eu vou -, pego a traia e vou por outro lado tentar a sorte, e fiquei bem em frente do lugar que estava cevado.
Nesse meio tempo chega o amigo Morais, que tamb�m n�o tinha pegado nada, e ele vai pescar bem no lugar em que eu estava a pescar. A� eu digo a ele que n�o adianta pescar naquele lugar, porque eu estava a pescar a� e n�o peguei nada, e por isso que mudei de lugar. Mas aconteceu!
O que eu n�o esperava: a sorte estava do lado dele e ele come�ou a fisgar os lambaris e piavas. E eu s� ficava olhando e ele a tirar a maior casquinha em cima de mim. Ele gritava: �- Obrigado pela ceva!�. E eu fulo da vida por ter mudado de lugar.
Daquele dia em diante, o Morais sempre que encontra comigo diz que est� esperando eu cevar outro po�o para ele. E eu nunca mais mudei de lugar numa pescaria, porque quando menos se espera os peixes v�m. Valeu a li��o, mas que fiquei fulo da vida fiquei!
Florindo Martins � pescador e contador de hist�rias. |