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10/10/06 00:00 - Regional

Pol�cia Civil esclarece morte de casal

Tr�s homens foram apresentados ontem como respons�veis pelo duplo latroc�nio dos lavradores Ant�nio e Cleuza, em Potunduva

Ricardo Santana
Ja� - A morte do casal Ant�nio Curvelo da Silva, 55 anos, e Cleuza Baister do Nascimento, 56 anos, h� pouco mais de um m�s, est� esclarecida com a confiss�o de dois dos tr�s acusados pelo duplo latroc�nio que chocou os moradores do Distrito de Potunduva (47 quil�metros de Bauru). O titular da Delegacia de Investiga��es Gerais (DIG) de Ja�, Edmilson Marcos Bataier, apresentou ontem como acusados pela morte M�rcio Roberto Sanches de Oliveira, 27 anos, Gilson Leandro Moreira, 25 anos, e Alex Santana Nogueira, 25 anos. O delegado explicou que todos tiveram participa��o no crime, ocorrido no dia 6 de setembro, com a motiva��o de roubar R$ 1.500,00 do casal.

Ant�nio e Cleuza foram mortos na casa de um s�tio em que residiam nas proximidades do n�cleo urbano de Potunduva, que fica a oito quil�metros do Centro de Ja�. O crime provocou revolta tamb�m porque o casal de lavradores foi morto na frente de um neto, de 8 anos. Bataier explica que uma das linhas da investiga��o levou a uma sobrinha das v�timas, uma adolescente que havia namorado Oliveira. O delegado da DIG conta que a hip�tese mais forte era de que o autor ou autores tinha (m) rela��o ou, no m�nimo, informa��es que vinham da fam�lia. �Ele (Oliveria) caiu em diversas contradi��es. Descobrimos que ele pediu para que a pr�pria namorada mentisse para que ele tivesse um �libi�, ressalta Bataier. O delegado acrescenta que a atual namorada de Oliveira � outra sobrinha das v�timas. No �ltimo dia 13, a Justi�a, por solicita��o da DIG de Ja�, decretou a pris�o tempor�ria de Oliveira. Logo em seguida, Moreira, conhecido como Gelo, que � sobrinho de Oliveira, foi reconhecido por uma testemunha que o viu fugindo do s�tio na noite do crime e tamb�m teve sua pris�o decreta, segundo o delegado.

Bataier ressalta que, diante das evid�ncias, Oliveira e Moreira teriam indicado Nogueira como sendo o terceiro participante na a��o criminosa. �Alex nega o envolvimento, mas tamb�m tem passagem (antecedentes criminais) por assalto�, salienta o delegado. Agora, a equipe da DIG trabalha para localizar o rev�lver calibre 38 que teria sido utilizado por Nogueira.

Bataier explica que os tr�s est�o presos sob a acusa��o de duplo latroc�nio (artigo 157, par�grafo terceiro do C�digo Penal). De acordo com o delegado da DIG, se condenados os acusados podem ser submetidos a pena de 20 a 30 anos de reclus�o. O delegado explica que os tr�s suspeitos t�m passagem pela pol�cia. �Inclusive o M�rcio cumpriu pena por homic�dio na mesma cadeia com Alex, sendo que o Alex possui assalto a m�o armada. E na oportunidade fomos n�s tamb�m da DIG que o prendemos. E o Gilson j� possui passagens por les�es corporais e furto�, esclarece.

Nogueira est� preso na Cadeia P�blica de Barra Bonita. Oliveira e Moreira est�o presos na Cadeia P�blica de Bariri.

Os propriet�rios do s�tio, Lauro Penteado da Silva, 75 anos, e Nilc�ia de Camargo Penteado, 61 anos, estavam viajando no dia do crime. Eles foram criados na propriedade que vem passando de gera��o em gera��o da fam�lia. Os dois s�o primos e pretendem demolir a casa em que os caseiros foram mortos e construir uma nova moradia. Nilc�ia diz que est� muito assustada com o crime e Lauro ressalta que residiu em Campinas e nunca tinha visto tamanha viol�ncia como a que foi cometida contra o casal Ant�nio e Cleuza.

Reconstitui��o

Passados mais de um m�s, ontem foi o momento de reprisar passo a passo o crime cometido no dia 6 de setembro. Como Alex Santana Nogueira nega o envolvimento na morte do casal de trabalhadores rurais, M�rcio Roberto Sanches de Oliveira e seu sobrinho Gilson Leandro Moreira, conhecido como Gelo, participaram da reconstitui��o da morte de Ant�nio Curvelo da Silva e Cleuza Baister do Nascimento. A recria��o dos fatos foi coordenada pela Pol�cia T�cnica e por policiais da Delegacia de Investiga��es Gerais (DIG) de Ja�.

Na encena��o do crime, o trio chegou por volta das 19h no s�tio, que � cercado por um canavial. S�o duas casas, uma de alvenaria e outra de madeira, onde residiam as v�timas. Todos estavam encapuzados no momento do roubo. Na reconstitui��o, eles fizeram a aproxima��o pela parte mais baixa da casa. Segundo explicou Oliveira aos policiais, Nogueira, armado de um rev�lver calibre 38, ainda n�o localizado, chegou pr�ximo da entrada da casa e efetuou um disparo para o alto para chamar a aten��o dos moradores. Ant�nio abriu a porta, foi abordado e teria esbo�ado rea��o, conforme a vers�o dada pelos dois acusados. Neste momento, Nogueira teria atirado quatro vezes contra o lavrador. Na seq��ncia, o trio j� adentrou ao im�vel de dois c�modos apenas, separados por uma parede divis�ria de madeira. Na cozinha ficou o corpo de Ant�nio e no quarto estava Cleuza, sentada em um sof�. O neto do casal estaria em um beliche. O garoto saltou da parte alta da cama e se escondeu. Segundo o delegado Edmilson Marcos Bataier, a vers�o apresentada por Oliveira, � que ap�s a mulher lhe entregar os R$ 1.500,00, ela teria feito uma observa��o no sentido de que n�o haveria a necessidade de ter matado seu companheiro. �Ele interpretou isso como sendo um reconhecimento por parte dela, porque ele � muito conhecido em Potunduva�, ressalto o delegado. Bataier acrescenta que, mesmo estando de luvas, para esconder tatuagens, e de capuz, Oliveira teria entendido que a v�tima o teria reconhecido. Por isso, no entendimento do delegado, ele resolveu execut�-la tamb�m. Com um rev�lver calibre 32, Oliveira teria feito tr�s disparos contra a mulher. Esta arma foi apreendida com o acusado. A reconstitui��o do crime deixou uma d�vida em rela��o � posi��o em que a mulher teria recebido o primeiro tiro. �Eu entendo que a mulher foi alvejada ainda sentada quando estava jantando. Ele (Oliveira) afirma que ela estava em p�, mas eu discordo. Pelos laudos, ele atirou nela sentada�, avalia.

O neto foi localizado por Moreira e trancado no banheiro. Uma pessoa chegou de carro ao im�vel praticamente no momento da sa�da dos bandidos. O reconhecimeto de um dos envolvidos ocorreu porque na fuga pelo canavial eles teriam tirado os capuzes.

Dias ap�s o crime, Nogueira mudou de Potunduva, indo morar em um im�vel alugado no munic�pio de Itapu�. Os outros dois residiam em Potunduva.




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