Troca de acusa��es marca o 1� debate

S�o Paulo - Poucas propostas, guerra de n�meros e troca de ataques e provoca��es, que em alguns momentos quase terminou em bate-boca, marcaram ontem o primeiro debate do segundo turno da elei��o presidencial, na TV Bandeirantes. Em tom quase agressivo, at� ent�o in�dito na campanha, o candidato tucano, Geraldo Alckmin, cobrou o presidente Luiz In�cio Lula da Silva sobre todos os esc�ndalos de corrup��o. Lula quis saber do advers�rio sobre CPIs barradas em S�o Paulo, fez ataques ao governo Fernando Henrique Cardoso e compara��es de a��es sociais.

Termos como �n�o diz a verdade�, �fraco� e �leviano� intercalaram perguntas e respostas. J� na abertura do programa, ao ser indagado sobre eventuais cortes de gastos, Alckmin provocou Lula: �Estive em todos os debates do primeiro turno.�

Cumprimentou os candidatos derrotados Helo�sa Helena (PSOL) e Cristovam Buarque (PDT) por �n�o fugirem do debate� - Lula n�o foi a nenhum debate no primeiro turno. S� ent�o respondeu � pergunta do mediador, jornalista Ricardo Boechat: �Vou cortar, mas n�o da Previd�ncia, vou cortar primeiro da corrup��o.�

Lula rebateu: �A impress�o que eu tenho � que meu advers�rio � daqueles que decoram chav�es para participar de debate. Ficou claro que a �nica coisa que eles (tucanos) sabem fazer � cortar gastos daquilo que n�o poderiam cortar - sal�rio do trabalhador.�

O presidente afirmou que fez o Pa�s crescer como nunca antes ocorreu. �Nem parece que o governador estava aqui em 2002, porque sen�o estaria me agradecendo. Este Pa�s estava quebrado.�

Ao longo do debate, o tucano disse v�rias vezes que Lula n�o respondia �s perguntas. �O presidente � comandante das For�as Armadas, tem a Abin, � chefe do ministro que comanda a Pol�cia Federal, � um dos mais bem informados do Pa�s. Candidato Lula, de onde vem o dinheiro sujo, o R$ 1,75 milh�o em dinheiro vivo, reais e d�lares, para comprar um dossi� fajuto(dossi� Vedoin)?�

O presidente, irritado, rebateu: �N�o s� respondi como vou responder a todas as perguntas.� E emendou: �O �nico ganhador desse trambique todo foi o meu advers�rio. Minha campanha estava tranq�ila, serena.� Alckmin, na r�plica, emendou: �D� para o trabalhador viver 416 anos (com o dinheiro apreendido com petistas que comprariam o dossi� Vedoin), uma fortuna. O senhor n�o teve nem a curiosidade de perguntar para o seu churrasqueiro de onde veio o dinheiro.�

Tortura

Lula asseverou que respondia com clareza e insinuou, quase no final do primeiro bloco, que Alckmin tinha �saudade do tempo da tortura�, pois no seu governo a Justi�a tinha liberdade para investigar as den�ncias no tempo devido. Emendou com uma pergunta sobre a suposta liga��o do ex-ministro da Sa�de Barjas Negri (PSDB) com o caso dos vampiros e �transa��es obscuras�. �N�o me�a as pessoas pela sua r�gua. N�o tenho assessor condenado. Tenho 32 anos de vida p�blica honrada�, rebateu o tucano.

Lula tamb�m bateu na tecla da �tica: �O governador deve olhar para a cara do povo e falar um pouco a verdade. E os 69 pedidos de CPIs engavetados?� Alckmin reagiu: �Quanta mentira. Como o Lula mudou. Veja, as CPIs s� sa�ram porque o Roberto Jefferson falou para o Brasil, contou a verdade para o Brasil, sen�o ningu�m estaria sabendo.�

Lula cobrou o PSDB, disse que �a �nica coisa boa que o Fernando Henrique fez foi o cart�o corporativo� e questionou sobre sua aus�ncia na plat�ia. Houve no debate uma guerra de n�meros, que passou por carga tribut�ria, gastos p�blicos, infla��o e, sobretudo, investimentos em pol�ticas sociais.

A TV Gazeta j� tem marcado seu debate para o pr�ximo dia 17 e ainda aguarda a confirma��o dos candidatos. A TV Globo ainda n�o tem defini��o da data que far� seu debate entre os candidatos, mas as coordena��es das campanhas eleitorais confirmam que j� est�o em negocia��o com as emissoras para acertar a participa��o.