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15/09/06 00:00 - Opini�o

Faces do controle da natalidade

H� mais de 20 anos, o franc�s Pierre Chaunu, PhD em Hist�ria Moderna, j� alertava o mundo para o grande perigo do controle exagerado da natalidade. Hoje em dia, como o n�mero de trabalhadores est� ficando menor do que o n�mero de aposentados, v�rios pa�ses da Europa come�am a dar incentivos financeiros �s fam�lias que tiverem mais de dois filhos.

Todos os pa�ses europeus t�m um �ndice inferior a 2,1 filhos por mulher - que � o m�nimo estabelecido para que uma popula��o se mantenha est�vel. Como conseq��ncia desse problema social, o n�mero de velhos passa a superar o de jovens, a previd�ncia social entra em crise, come�a a faltar m�o-de-obra e contribuintes para manter os aposentados.

Essa transforma��o tamb�m j� pode ser sentida no Brasil. De 5,4 filhos por mulher, em 1965, a taxa de natalidade caiu para 2,0 - evidenciando o envelhecimento acelerado da popula��o.

Quando comparado ao Jap�o, onde o n�mero de habitantes por quil�metro quadrado � 17 vezes maior (328hab/km� contra 19hab/km�), o Brasil revela que a fome, a doen�a e o analfabetismo que imperam aqui, n�o tem nada a ver com a densidade populacional de uma na��o. Portanto, � falso afirmar que a limita��o da natalidade, a todo custo, � condi��o essencial para o desenvolvimento do pa�s. Muitos pa�ses desenvolvidos t�m alta densidade demogr�fica: Alemanha (229 hab/km�), Israel (280), It�lia (189), Inglaterra (240), Su��a (176), B�lgica (330).

Em 1998, o �Pontif�cio Conselho para a Fam�lia�, do Vaticano, publicou um documento onde diz que h� 51 pa�ses que mal preenchem os claros deixados pelos �bitos e h� outros 15 que est�o em decr�scimo absoluto de popula��o. A Igreja nunca concordou com esse controle dr�stico da natalidade.

Ao falar do �dom do filho�, o Catecismo da Igreja diz que �a Sagrada Escritura e a pr�tica tradicional da Igreja v�em nas fam�lias numerosas um sinal da b�n��o divina e da generosidade dos pais� (CIC, 2373; GS, 50,2). A Igreja recomenda, ent�o, a �paternidade respons�vel�. Isto �, cada casal deve ter todos os filhos que puder criar com dignidade.

Quando da necessidade de se limitar um novo nascimento, a Igreja recomenda o m�todo natural Billings - ou da ovula��o -, por considerar que � imoral impedir artificialmente a concep��o. O papa Paulo VI disse na Humanae vitae: �� de excluir como intrinsecamente desonesta toda a a��o que, ou em previs�o do ato conjugal, ou na sua realiza��o, ou no desenvolvimento das suas conseq��ncias naturais, se proponha, como fim ou como meio, tornar a procria��o imposs�vel� (HV, 14). Vale ressaltar que a Igreja rejeita totalmente a pr�tica da esteriliza��o do homem (vasectomia) ou da mulher (laqueadura), por serem graves mutila��es do ser humano.

Como alertou Chaunu, aos poucos, o mundo come�a a perceber que entrou numa �implos�o demogr�fica� de conseq��ncias imprevis�veis. Uma gera��o que n�o mais quer ter filhos �, sem d�vida, uma gera��o doente. Essa foi, inclusive, uma das causas da queda do imp�rio Romano.

O problema do mundo n�o � falta de alimento e nem gente demais. � a falta de caridade. O mundo carece do que o papa Jo�o Paulo II tanto pediu: a globaliza��o da solidariedade. Enquanto isso n�o acontecer, de nada adiantar� impedir a vida de existir. � importante dar solu��es certas para os problemas; n�o se trata, como disse o papa Paulo VI , �de diminuir os comensais na mesa, mas de aumentar a comida e distribu�-la para todos�.


O autor, Felipe Aquino, � te�logo e doutor em F�sica




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