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15/09/06 00:00 - Internacional

Oposi��o ao governo argentino usa passado para amea�ar Kirchner

Folhapress
Buenos Aires - A tradicional obsess�o argentina pelo passado ganhou ares de �ca�a �s bruxas� no embate pol�tico entre o presidente peronista N�stor Kirchner, aprovado por cerca de 80% da popula��o, e uma oposi��o - tamb�m peronista - que tenta a todo custo se fortalecer para ter alguma chance de eleger presidente o ex-ministro Roberto Lavagna em outubro de 2007.

Kirchner fez do acerto de contas com os repressores da �ltima ditadura (1976-1983) seu principal discurso pol�tico, aproveitando-se das feridas do regime militar para atrair a simpatia da popula��o e para atacar advers�rios como os ex-presidentes Ra�l Alfons�n e Carlos Menem por terem impedido a puni��o dos agentes da ditadura com leis e indultos.

Num pa�s onde 30 mil pessoas desapareceram sob a ditadura, essa ret�rica se mostra extremamente eficaz. Em Buenos Aires, quase todos perderam um parente ou amigo. Ontem e anteontem, a oposi��o amea�ou Kirchner com o mesmo veneno: deputados lavagnistas disseram poder revelar o passado de membros do governo, inclusive Alicia Kirchner (irm� do presidente e ministra do Desenvolvimento Social), Felisa Miceli (ministra da Economia) e o chanceler Rafael Bielsa. Todos teriam ocupado cargos p�blicos sob o regime.

Foi uma rea��o ao fato de que, no fim de semana, chegou aos jornais a not�cia de que o deputado Juan Jos� �lvarez, ex-aliado de Kirchner e hoje lavagnista, atuou como agente da Secretaria de Intelig�ncia de Estado (Side) na ditadura. A informa��o teria vindo do governo.

O caso acaba de chegar � Justi�a, que julgar� se houve crime de viola��o de segredo de Estado, pois os arquivos intelig�ncia da ditadura n�o s�o p�blicos - Kirchner, apesar do discurso da revis�o do passado, n�o abriu as fichas.

Segundo a imprensa local, o presidente usa as informa��es dos relat�rios para pressionar opositores. Outro oposicionista, Luis Abelardo Patti, acusado de ter sido torturador, foi eleito deputado em outubro �ltimo com quase 400 mil votos, mas impedido por kirchneristas de tomar posse. Em maio, a C�mara decidiu, por 164 votos a 62, que ele n�o tinha �idoneidade moral� para ser membro do �rg�o. Hoje, por�m, o �rg�o m�ximo da Justi�a Eleitoral argentina decidiu que Patti tem direito a assumir. Ainda cabe recurso na Suprema Corte do pa�s.




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