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10/09/06 00:00 - Sa�de

Tratamento da ins�nia agora engloba depress�o

Constan�a Tatsch/Folhapress
Os m�dicos do sono tratam a ins�nia, cada vez mais, juntamente com a depress�o. Segundo especialistas, as doen�as est�o fortemente ligadas. Com isso, m�dicos que assumem casos cr�nicos est�o alertas para uma depress�o preexistente, em que a ins�nia surge como um sintoma, ou para a possibilidade de o quadro depressivo se instalar ap�s algum tempo, como conseq��ncia.

Cerca de 90% dos casos de depress�o apresentam ins�nia cr�nica associada. �� um novo conceito. Isso guia a pr�tica cl�nica e a pesquisa. A liga��o � muito forte entre depress�o e ins�nia. � uma via de m�o dupla, um fen�meno simult�neo��, explica Fl�vio Al�e, do Centro para os Estudos do Sono do Hospital das Cl�nicas.

Geralmente, a ins�nia come�a antes da depress�o, continua e termina depois. Quando o insone chega sem o problema, entre 6 e 12 meses depois, a doen�a se instala. Os medicamentos tamb�m seguem essa linha de conduta.

O consumo de antidepressivos com efeito sedativo - quase um �dois em um� - est� crescendo mais de 100%, de acordo com Dalva Poyares, neurologista e coordenadora do Instituto do Sono da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp). �Essa � a �ltima moda. Nos pr�ximos anos vai ter uma chuva de antidepressivo-sedativo. Sabe-se que a depress�o faz parte da evolu��o da ins�nia��, diz.

A outra op��o � combinar um hipn�tico com um antidepressivo. Para Fl�vio Al�e, essa � a melhor solu��o. �A pessoa toma um antidepressivo potente e, se tiver ins�nia, toma dois rem�dios. Os dois em um n�o s�o nem um antidepressivo forte, nem um hipn�tico seguro.��

O m�dico diz ainda que a Anvisa (Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria) est� ficando cada vez mais rigorosa, exigindo rem�dios com um fim espec�fico. Independente da solu��o, a maior preocupa��o dos m�dicos e da ind�stria � apostar em medicamentos seguros - com menos efeitos colaterais.

Doen�a

Acredita-se que 70% da popula��o tenha ins�nia em algum momento da vida. A doen�a pode se manifestar na forma aguda, causada por algum problema pontual, como morte de um familiar ou perda do emprego, ou cr�nica, que dura muito tempo.

Ela tamb�m pode ser inicial, quando a pessoa demora para dormir, de manuten��o, quando acorda e tem dificuldade em cair no sono novamente, e terminal, quando acorda antes do desejado. �Algumas pessoas t�m a ins�nia psicofisiol�gica, quando as causas s�o psicol�gicas, como h�bitos errados��, afirma Geraldo Lorenzi, coordenador do Laborat�rio do Sono do Instituto do Cora��o (Incor).

Elas t�m um n�vel de alerta elevado, por isso s�o mais sens�veis aos h�bitos que podem interferir no sono, como ter hor�rios regulares, fazer refei��es leves e evitar exerc�cio f�sico � noite, n�o ingerir muita cafe�na ou bebida alco�lica nem fumar demais e ter um ambiente adaptado ao sono - escuro e, de prefer�ncia, sem televis�es.

Tamb�m � desaconselh�vel ficar rolando na cama. Segundo Lorenzi, n�o se deve tratar a ins�nia como �uma besteirinha��. � necess�rio acompanhamento m�dico e o tratamento vai depender da causa do problema.

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Efeitos colaterais


�Muitas pessoas s�o prisioneiras dos rem�dios para dormir.�� A declara��o do coordenador do Laborat�rio do Sono do Instituto do Cora��o do Hospital das Cl�nicas, Geraldo Lorenzi, revela o perigo da automedica��o.

Antidepressivos ou hipn�ticos possuem efeitos colaterais que precisam ser observados. Tamb�m � fundamental ter orienta��o especializada para saber qual tipo � adequado. Os hipn�ticos podem causar depend�ncia, gerando at� mesmo pequenas crises de abstin�ncia.

Outro problema � a toler�ncia - quando deixa de fazer efeito no organismo. J� os antidepressivos, considerados mais seguros, podem causar aumento do apetite, diminui��o na libido, seda��o, altera��es de press�o e n�useas. �Com certeza, muita gente toma (rem�dio sem orienta��o). Tecnicamente � proibido, mas, na pr�tica, as pessoas conseguem��, diz Lorenzi.

Existem cerca de 20 sais compat�veis com o tratamento da ins�nia no Pa�s. O consumo de rem�dios para dormir fica atr�s apenas de antiinflamat�rios e de cardiovasculares. Ainda assim, a situa��o est� melhorando, com medicamentos que podem ser tomados a longo prazo. �Na d�cada de 90 o consumo era indiscriminado. Depois houve um �boom� de educa��o��, diz Dalva Poyares, neurologista da Universidade Federal de S�o Paulo (Unifesp).


Folhapress





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