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07/09/06 00:00 - Economia

Conta sal�rio �livre� n�o � suficiente para reduzir juros, dizem economistas

Patr�cia Zamboni
O governo federal anunciou anteontem um pacote de medidas, que entrar�o em vigor em janeiro de 2007, com o objetivo de reduzir o spread e estimular a concorr�ncia entre os bancos para beneficiar o consumidor. Entretanto, economistas ouvidos pelo Jornal da Cidade acreditam que as medidas ter�o pouco efeito sobre a redu��o dos juros, pelo menos no curto prazo.

Entre as medidas anunciadas, a que mais chamou a aten��o dos trabalhadores � a que trata sobre a portabilidade da conta sal�rio. A partir de janeiro, essa conta ser� obrigat�ria. O trabalhador ter� � sua disposi��o uma conta na institui��o financeira em que a sua empresa deposita o sal�rio e poder� - esta � a grande not�cia - resgatar ou transferir o dinheiro para o banco que quiser, sem a cobran�a de nenhuma taxa.

O titular da conta poder� comunicar ao banco que transfira todos os meses, sem custo algum, os recursos do sal�rio para outra conta, de qualquer institui��o. Para isso, o comunicado do cliente precisar� ser feito uma �nica vez ao banco. Os correntistas tamb�m poder�o transferir um empr�stimo para outro banco. Cr�dito consignado ou habitacional n�o poder� ser transferido ainda.

�Essa medida � muito positiva para o trabalhador porque d� a ele a liberdade de escolher o banco que oferece as melhores taxas de mercado para ele ser cliente. Por outro lado, eu n�o estou convencido de que essa e as outras medidas do pacote sejam suficientes para reduzir o spread banc�rio porque o governo n�o mexeu na tributa��o, ou seja, n�o reduziu os impostos que incidem sobre as aplica��es financeiras�, analisa o economista Fernando Pinho.

Para ele, os reflexos desejados pelo governo - que j� prepara mais quatro medidas visando a redu��o do custo do financiamento - n�o devem ocorrer na propor��o esperada porque o spread n�o � formado apenas pela diferen�a entre os juros pagos pelos bancos e os juros cobrados nas linhas de empr�stimo oferecidas aos consumidores.

Spread

�O spread tamb�m � formado pelo peso dos impostos, do empr�stimo compuls�rio, da inadimpl�ncia e das despesas administrativas dos bancos. Se o governo n�o reduzir os impostos, o spread n�o cai. Acho que a grande vantagem das medidas � a liberdade que as pessoas ter�o para mudar suas aplica��es financeiras a outra institui��o que ofere�a servi�os e taxas mais atrativas�, aponta.

Para o economista Caio Haffner, as medidas anunciadas pelo governo foram t�midas, assim como devem ser os reflexos do pacote, na sua avalia��o. Para ele, o principal ponto positivo � que a liberdade de escolha atribu�da � conta sal�rio vai estimular os bancos a brigarem pelos clientes, oferecendo algumas vantagens.

�A princ�pio, acho que os reflexos ser�o t�midos porque os bancos n�o est�o dispostos a diminuir seus lucros. A Selic (taxa b�sica da economia brasileira), por exemplo, vem caindo h� v�rios meses, e nem por isso as taxas cobradas pelos bancos v�m caindo na mesma velocidade. O spread banc�rio brasileiro � um dos mais altos do Pa�s. � dif�cil mudar isso�, avalia.

Segundo ele, a taxa de juros real da economia brasileira gira em torno de 9,1%, a mais alta do mundo. Em segundo lugar vem a da Turquia, de 5%. Na �ltima reuni�o do Conselho de Pol�tica Monet�ria (Copom), a Selic caiu para 14,25%.


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Servidores

Pelo an�ncio feito anteontem pelo governo federal, o pacote de medidas para estimular a concorr�ncia entre os bancos e reduzir as taxas de juros cobradas � v�lido para todos os trabalhadores. Mas ainda est� no ar uma pergunta referente aos servidores p�blicos.

No caso de Bauru, os funcion�rios da prefeitura recebem pelo Banco do Brasil. Contudo, os servidores estaduais est�o sendo obrigados, por meio do Decreto n.� 50.964 expedido pelo governador Cl�udio Lembo, a transferir suas contas do Santander/Banespa para a Nossa Caixa, j� que a legisla��o determina que funcion�rios p�blicos sejam pagos por bancos p�blicos.

A partir de 2007, todos os servidores estaduais passar�o a receber seus rendimentos pela Nossa Caixa. Questionada sobre a possibilidade desses trabalhadores transferirem, futuramente, suas contas para bancos privados - j� que o pacote do governo federal permite essa mobilidade -, a assessoria de imprensa da Nossa Caixa disse que a institui��o n�o est� se pronunciando sobre o assunto por ainda estar consultando a medida junto ao governo.




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