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06/09/06 00:00 - Economia

Cart�o de cr�dito leva mais de 500 usu�rios ao Procon

Lucien Luiz
Usar cart�o de cr�dito requer cuidado com as armadilhas e, sobretudo, disponibilidade financeira. Aten��o ao contrato e aos juros que incidem sobre esse recurso s�o fundamentais para evitar problemas mais tarde. Controlar o impulso consumista na hora de us�-lo tamb�m pode minimizar os riscos de assumir uma d�vida indesej�vel.

Em Bauru, dados do Procon indicam que poucas pessoas devem estar levando em considera��o essas orienta��es. Segundo o �rg�o, das 1.845 reclama��es financeiras recebidas entre janeiro e junho deste ano, pelo menos 30%, ou cerca de 550, s�o referentes a cart�o de cr�dito. Cobran�as indevidas e o recebimento de cart�es n�o solicitados lideram as dificuldades dos usu�rios que procuraram o �rg�o de defesa do consumidor.

�� essencial que a pessoa guarde os comprovantes para conferir a fatura depois. Esse procedimento � importante, principalmente para quem costuma pagar o m�nimo do d�bito�, alerta o economista Mauro Gallo.

O consultor financeiro e professor universit�rio Carlos Eduardo de Oliveira tamb�m indica anotar as compras feitas com o cart�o para evitar surpresas ao receber a fatura. �Discriminar num caderno informa��es sobre o valor da compra, a data e o local onde foi feita, � muito importante. Essa pr�tica possibilita certificar-se com garantia se o total da fatura � procedente�, diz.

Outro grande preju�zo que onera os usu�rios de cart�o de cr�dito � a possibilidade que o recurso oferece �s pessoas de pagar um valor m�nimo do d�bito. Mas a alternativa n�o � t�o vi�vel quanto parece. No m�s seguinte, o consumidor ter� uma incid�ncia de juros no saldo devedor que pode atingir at� 12% ao m�s.

Foi o que aconteceu com a assistente-administrativa Cl�udia Lorison Azevedo, 29 anos. Ela sempre optou por pagar o m�nimo da fatura do cart�o de cr�dito. �Quando percebi, estava devendo quase R$ 2 mil ao banco. Os juros aplicados sobre o d�bito total foram alt�ssimos. N�o recomendo a ningu�m usar cart�o. � preciso us�-lo com muito cuidado para que a d�vida n�o se torne uma bola de neve�, comenta.

De fato, o alerta de Azevedo merece aten��o. Apesar do usu�rio pagar a parcela m�nima do total que deve ao banco, seu limite n�o � bloqueado. Na maioria dos casos, o cliente n�o mede as conseq��ncias e acaba utilizando o dinheiro, o que faz aumentar ainda mais seu d�bito com o cart�o. �L�gico que � bem mais c�modo pagar o m�nimo, porque ele cabe no or�amento. Mas � preciso levar em considera��o os juros aplicados sobre o cart�o, que s�o alt�ssimos�, observa Gallo.

O consultor Oliveira tamb�m considera a pr�tica extremamente invi�vel, principalmente por conta dos juros que s�o aplicados. Segundo ele, podem chegar at� 12% ao m�s. �Pagar o m�nimo (da fatura) � uma grande armadilha que as operadoras adoram. A taxa de juros aplicada � superior � do cheque especial. A d�vida vira uma bola de neve, que dificulta para a pessoa sald�-la�, acrescenta o consultor financeiro.

Planejamento

Planejar o destino do or�amento, n�o extrapolando o quanto se ganha, � tarefa b�sica para evitar d�vidas. O consultor financeiro Carlos Eduardo de Oliveira recomenda fazer, regularmente, um planejamento pessoal ou familiar para n�o se perder com os compromissos financeiros, inclusive do cart�o de cr�dito.

�� extremamente importante esse monitoramento. Evita problemas futuros, principalmente com os cart�es, que s�o recomend�veis desde que a pessoa tenha o controle do que est� adquirindo�, destaca.

O economista Mauro Gallo tem um posicionamento mais radical sobre o uso do cart�o. �Para ter viabilidade econ�mica (o cart�o), o usu�rio precisa de um rendimento mensal m�nimo de R$ 2.500,00�, acredita. Para ele, o recurso, quando usado por consumidores de menor renda, tem de ser op��o, por exemplo, para abastecer o ve�culo ou pagar a conta do restaurante, mas � vista. De acordo com o economista, essas opera��es, em geral, n�o oferecem desconto, portanto vale a pena debitar no cart�o de cr�dito. Em caso de promo��es que possibilitam parcelamento extenso a juros baixos, Gallo tamb�m orienta o uso do recurso.


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Cr�dito f�cil

Est� cada vez mais f�cil conseguir cr�dito nas institui��es financeiras. Atualmente, pessoas com renda a partir de R$ 700,00 t�m a op��o de adquirir cart�o de cr�dito nas operadoras com o dobro do limite. Entretanto, o consultor financeiro Carlos Eduardo de Oliveira alerta que � preciso muita cautela antes de aceitar um plano como esse.

�Muita gente, por falta de dinheiro, acaba aderindo a esse recurso. Ao usar o cart�o, o consumidor tem a ilus�o de que n�o gastou muito. O dinheiro de pl�stico induz as pessoas ao consumo�, observa. Apesar desses riscos, Oliveira afirma que o cart�o de cr�dito tem suas vantagens. Ele cita a facilidade que o recurso proporciona ao usu�rio de programar o pagamento da compra para a data do recebimento de seu sal�rio. �Al�m disso, � poss�vel dividir uma compra cara em v�rias vezes e ter acesso a v�rias promo��es que visam apenas os usu�rios de cart�o�.




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