Bauru e grande região - Sexta-feira, 04 de outubro de 2024
máx. 31° / min. 12°
03/09/06 00:00 - Geral

A criminalidade tem explica��o?

Especialistas apontam fatores como gen�tica e condi��o social e como determinantes na forma��o de um criminoso

Adilson Camargo
O que leva uma pessoa, seja pobre ou rica, branca, negra ou parda, a se tornar criminosa? A inclina��o para o mal nasce com o indiv�duo ou ele adquire isso durante a vida? O m�dico italiano Cesare Lombroso acreditava no criminoso nato e incorrig�vel. Da� nasceu a teoria lombrosiana, segundo a qual pela an�lise de determinadas caracter�sticas f�sicas era poss�vel antever aqueles indiv�duos que se voltariam para o crime.

Mas h� quem acredite que o fator determinante sejam os tra�os de personalidade de cada um. Outros acham que o meio social em que vive a pessoa � o que vai ditar a conduta dela no meio da sociedade. Mas como explicar que uma menina �bem nascida�, como Suzane von Richthofen, 22 anos, tenha planejado o assassinato dos pr�prios pais?

E o �boa pinta� Francisco de Assis Pereira, o motoboy que estuprava e matava mulheres entre 18 e 24 anos no Parque do Estado, em S�o Paulo? Ele atra�a as v�timas com a falsa promessa de torn�-las modelos. Ficou conhecido como o �man�aco do parque� e foi preso em 1998.

Ou mesmo o bauruense Jos� Henrique Queiroz, 36 anos, preso no final de semana passado acusado de atacar mulheres no Jardim Pagani e Jardim Colina. Depois de rend�-las, ele amarrava e despia as v�timas para roubar objetos dentro da casa.

Ser� um desvio de personalidade? Para a psic�loga judici�ria Jane Rossana de Campos, a criminalidade tem m�ltiplos fatores, o que torna dif�cil a tarefa de identificar o que mais pesou na hora da pessoa se transformar em uma criminosa. Segundo ela, bandido n�o tem cara. Por isso, a tese lombrosiana n�o encontra respaldo na psicologia.

O soci�logo Murilo C�sar Soares tamb�m afirma que n�o � poss�vel identificar criminosos levando em considera��o apenas os aspectos f�sicos. Segundo ele, a sociologia procura fatores de natureza social para explicar a criminalidade, como a exclus�o, falta de oportunidades, desestrutura��o familiar, abandono pelo Estado e a crise dos valores, entre outros.

�O criminoso n�o nasce pronto. Ele � resultado da sua trajet�ria na sociedade�, afirma. De acordo com o soci�logo, a redu��o da criminalidade passa necessariamente pela cria��o de melhores oportunidades educacionais �s crian�as e por mais emprego como formas de inclus�o social.

Alguns especialistas, no entanto, acreditam que as raz�es para a predisposi��o ao crime sejam f�sicas. O m�dico Adrian Raine, professor de psicologia da Universidade do Sul da Calif�rnia, por exemplo, pesquisou 21 assassinos e descobriu que todos eles apresentavam um defeito semelhante no c�rebro: uma quantidade reduzida de massa cinzenta no lobo pr�-frontal.

Quest�o de intelig�ncia

Para o m�dico legista Ivan Segura, os crimes t�m rela��o direta com o quociente de intelig�ncia (QI) de quem o pratica. �Normalmente, os crimes mais brutais est�o associados �s pessoas com QI mais baixo. O estelionat�rio t�pico, por exemplo, tem QI mais alto�, afirma.

Na opini�o dele, a teoria lombrosiana n�o avan�ou na tentativa de identificar o perfil do criminoso nato porque n�o tem nenhum fundamento cient�fico. �N�o podemos associar o feio ao malvado ou crer que uma pessoa bonita n�o possa ser criminosa�, defende.

Segundo o m�dico, atualmente, a criminalidade est� associada mais ao aspecto social do que a qualquer outra coisa.




publicidade
As Mais Compartilhadas no Face
(SF) © Copyright 2024 Jornal da Cidade - Todos os direitos reservados - Atendimento (14) 3104-3104 - Bauru/SP