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03/09/06 00:00 - Mulher

Proximidade dificulta escolha

Em se tratando de duplo amor, outra combina��o afetiva � o amor plat�nico. Segundo o psic�logo Sandro Caramaschi, esse tipo de rela��o ocorre freq�entemente quando a pessoa se envolve ou decide se aprofundar em algum tipo de relacionamento. Neste caso, ela avalia as vantagens e desvantagens no relacionamento com os parceiros. �Este processo vai amadurecendo ao longo do tempo e a ang�stia ser� maior se os parceiros forem muito equivalentes�, acrescenta.

Quanto maior a proximidade, maior a dificuldade em se decidir entre um e outro, ressalta o psic�logo, que � professor do departamento de psicologia da Universidade Estadual Paulista (Unesp). E eventualmente nesta fase de defini��o, observa, a pessoa pode estar amando ou se relacionando com duas pessoas.

A publicit�ria Giovana*, 40 anos, est� vivendo situa��o de amor duplo semelhante � apontada por Caramaschi. Ela tem um companheiro fixo h� aproximadamente seis meses, mas se apaixonou por outro recentemente, o qual tamb�m corresponde ao seu sentimento.

Atualmente, seu cora��o est� �balan�ado� e ela ainda n�o conseguiu se decidir com quem quer ficar. Por isto, diz ela, durante este per�odo, as d�vidas e compara��es entre os dois amores s�o inevit�veis. �O primeiro � mais novo do que eu, carinhoso, apaixonado e telefona sempre, mas fica enciumado quando sa�mos com amigos e algu�m se aproxima de mim. E eu me sinto atra�da pelo segundo, que n�o me liga muitas vezes, mas � um pouco mais velho, maduro, e pode dar mais estabilidade�, conta Giovana.

Assim como outras mulheres, Giovana prioriza seu bem-estar emocional em um relacionamento amoroso e cita como exemplo a situa��o que viveu com seu ex-marido. �A mulher adora flores, carinho, gentilezas como puxar a cadeira e abrir a porta do carro. Se o companheiro � seco e rude, ela fica mais carente e, quando aparece outra pessoa que eleve sua auto-estima, se sente mais valorizada. Meu marido, por exemplo, garantia todo o �suporte material�: carro, casa e dinheiro, mas n�o me dava o fundamental, que � o carinho e a aten��o. E, devido a esta car�ncia, me apaixonei por outro, mas foi um amor plat�nico.�

Tanto em rela��o ao seu ex-marido quanto em sua situa��o atual, Giovana revela que vivenciar um duplo amor implica em sofrimento. �O tempo vai passando e tenho que tomar uma decis�o, mas ainda n�o sei qual. Fico balan�ada e n�o quero magoar nenhum dos dois�, diz.

Segundo Caramaschi, sentimentos como os de Giovana s�o comuns, mas podem ocorrer outras in�meras rea��es em amores duplos. Desde pessoas que sofrem bastante por conta de exig�ncias relativas a si pr�pria ou � sociedade at� indiv�duos que encaram esta situa��o como algo normal e n�o se incomodam muito com isto, aponta.

Carolina*, 22 anos, j� passou por situa��o de duplo amor e sua experi�ncia se assemelha com o segundo exemplo. �Precisamos de paix�o para nos estimular e seguir a vida. Eu tive um relacionamento em que amava muito a pessoa, era um sentimento diferente da paix�o, que � arrebatadora.� Mas, segundo ela, o fato de estar amando algu�m n�o impede de viver uma outra paix�o. �No amor, me sinto �anestesiada�. J� a paix�o est� ligada � atra��o, ao prazer e a uma necessidade moment�nea de ter algu�m�, observa.


* Nomes preservados a pedido dos entrevistados




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