Recife - O ex-ministro da Sa�de e candidato do PT ao governo de Pernambuco, Humberto Costa, anunciou ontem, em Recife, ter sido indiciado pela Pol�cia Federal por suspeita de envolvimento no esc�ndalo dos vampiros - esquema de fraudes em licita��es para a compra superfaturada de hemoderivados, descoberto em 2004. Tamb�m foram indiciados o ex-tesoureiro do PT Del�bio Soares e 40 servidores, empres�rios e lobistas.
Costa disse que foi indiciado por supostos crimes de forma��o de quadrilha, corrup��o passiva e fraude em licita��o. Segundo ele, a decis�o de anunciar o fato foi tomada para evitar a �explora��o� do caso, com o vazamento das informa��es. �A maior prova de que n�o tenho nada a temer � que eu estou antecipando um fato negativo.�
O indiciamento ocorreu em 28 de julho. �Serei inocentado, mas a gente sabe que o preju�zo pol�tico pode ser significativo�, afirmou o ex-ministro. �Passada a elei��o, dizer que sou inocente n�o me interessa. Eu quero agora.�
O petista estava no comando do minist�rio em maio de 2004, quando a PF prendeu 17 pessoas que teriam participa��o no esquema revelado pela Opera��o Vampiro. Entre os presos estava Luiz Cl�udio Gomes da Silva, que havia sido nomeado por Costa como coordenador de Recursos Log�sticos do Minist�rio da Sa�de.
O nome de Del�bio apareceu no caso quando o lobista Francisco Honorato, tamb�m preso na opera��o, disse em depoimento � PF que o lobista Laerte Corr�a tinha autoriza��o do ent�o tesoureiro para arrecadar recursos para o PT no segmento das ind�strias farmac�uticas. Corr�a tamb�m foi preso na opera��o vampiro.
Ouvido na ocasi�o, Del�bio afirmou: �N�o � segredo que o PT recebeu doa��es de campanha de laborat�rios. Foi cerca de R$ 1,5 milh�o ou R$ 1,6 milh�o. Mas est� tudo declarado na presta��o de contas�. O ponto de partida para a descoberta das fraudes foi den�ncia feita ao minist�rio por empresas que participaram de licita��o para a compra de hemoderivados e apontaram irregularidades. Baseado na den�ncia, o Tribunal de Contas da Uni�o fez um relat�rio confirmando a exist�ncia de irregularidades entre 1998 e 2002.
Na investiga��o, tamb�m com base em escutas telef�nicas feitas com autoriza��o judicial, a PF detectou que as pr�ticas irregulares continuaram em 2003. As empresas, geralmente representadas por lobistas que tinham acesso a informa��es privilegiadas, combinavam pre�os e dividiam lotes de medicamentos nas concorr�ncias realizadas. Caber� ao procurador Gustavo Pessanha, do Minist�rio P�blico Federal, analisar o relat�rio policial e decidir se ir� denunciar os investigados pela pr�tica de crimes. |