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25/08/06 00:00 - Regional

Hidrovia bate recorde de transporte

Escoamento de carga pela calha do Tiet�-Paran� cresceu 28% no 1� semestre em compara��o com mesmo per�odo de 2005

Ricardo Santana
Ja� - O movimento de carga pela hidrovia Tiet�-Paran� bateu recorde no primeiro semestre deste ano em compara��o com os mesmos per�odos desde o in�cio de opera��o de barca�as, em 1981. Nos seis primeiros meses de 2006, segundo balan�o da Secretaria de Estado dos Transportes, houve um aumento de 28% se comparado ao volume transportado no mesmo per�odo de 2005. No primeiro semestre foram movimentadas cerca de 1,1 milh�o de toneladas em cargas de longo e m�dio curso, enquanto que no primeiro semestre 2005 o volume transportado foi de 850 mil toneladas.

A consolida��o do transporte de soja e farelo vindos de Goi�s para a exporta��o no porto de Santos e o crescimento da madeira s�o respons�veis pelo recorde, segundo Oswaldo Rossetto J�nior, diretor do Departamento Hidrovi�rio (DH), ligado � secretaria. O movimento de madeira em toras embarcadas � de 40 mil toneladas a cada m�s, provenientes da regi�o de Tr�s Lagoas, no Mato Grosso do Sul.

Segundo Rossetto, al�m da consolida��o do corredor de exporta��o da soja e o aumento da madeira, o crescimento foi estimulado tamb�m por um ajuste log�stico na hidrovia. Quanto mais carga embarcada, maior a profundidade de afundamento da embarca��o (calado). Dos 2,50 metros freq�entemente mantidos, a hidrovia passou a ter 2,90 metros. Rossetto explica que cada cent�metro de calado a mais na l�mina d��gua equivale a uma carga adicional de carreta com 40 mil toneladas.

�Neste ano, at� agora, a secretaria, as empresas geradoras de energia (AES Tiet� e Cesp) e a Marinha mantiveram o calado de 2,90 metros. Estamos fazendo obras para que em 2007 esse n�mero suba para tr�s metros. Progressivamente, estamos eliminando restri��es de navega��o, o que aumenta a velocidade das embarca��es�, ressaltou. Para que os comboios trafeguem com maior rapidez, a Secretaria vem fazendo obras de prote��o dos pilares e amplia��o dos v�os de navega��o sob as pontes.

Com isso, Rossetto aguarda para os pr�ximos meses um incremento no transporte de a��car vindo do sul de Goi�s � proje��o de aumento de 10%.

Dados da Secretaria de Transportes mostram que do total de cargas movimentadas na hidrovia neste primeiro semestre, 830 mil toneladas s�o consideradas de longo curso - como gr�os, farelo e madeira -, o que representou um crescimento de 42% em rela��o ao mesmo per�odo do ano passado. J� o transporte de produtos classificados como de m�dio curso - como a cana-de-a��car - apresentaram um volume acumulado de 260 mil toneladas, muito pr�ximo do registrado no ano passado.

A carga que vai, em sua maior parte, na dire��o do porto de Santos, segue pelo Tiet� at� o munic�pio de Anhembi, que tem dois terminais, ou vai para Santa Maria da Serra, pela calha do rio Piracicaba. Destes pontos, a carga segue at� o porto em caminh�es pelas rodovias paulistas.

Ao longo da calha da hidrovia se embarca nos terminais graneleiros soja e derivados, madeira, areia, �lcool e a��car para o Litoral Paulista.

Alternativas

Apesar do tom de comemora��o do DH, o diretor regional da Federa��o das Ind�strias do Estado de S�o Paulo (Fiesp) em Ja�, Jorge Luiz Alcalde, explica que a hidrovia est� ociosa em rela��o ao seu real potencial de transporte. Conforme Alcalde, enquanto trafegam apenas cerca de 4 milh�es de toneladas de carga, o leito Tiet�-Paran� tem capacidade para transportar 20 milh�es de toneladas anualmente.

Para aumentar o volume de carga transportada pela calha do Tiet�-Paran�, bastaria que as barca�as que seguem para o porto de Santos carregadas tivessem carga de retorno em suas viagens de volta ao Interior.

J� se forma um consenso de que � necess�rio criar alternativas como transporte hidrovi�rio de cal�ados, t�xtil, entre outros produtos industrializados.

�Ela (hidrovia) est� ociosa e tem muito a crescer. Se o transporte j� � barato com os comboios voltando vazios, imagine o quanto vai baratear com as barca�as retornando carregadas. Por isso, vamos instalar em Ja� um distrito industrial com empresas que v�o induzir cargas de retorno para hidrovia�, projeta.

Alcalde lembra que a hidrovia no rio Tiet�, exatamente no limite entre os munic�pios de Pederneiras e Ja�, agrega tr�s vias de transporte que n�o necessitam de vultosos investimentos. Segundo o diretor regional da Fiesp, a rodovia (Comandante Jo�o Ribeiro de Barros) est� em conflu�ncia com a linha f�rrea localizada a 5 mil metros da estrada (ponte f�rrea). As duas vias passam sobre a hidrovia Tiet�-Paran�, completando o intermodal. �� um ponto altamente estrat�gico com tr�s modais no mesmo lugar e sem necessitar de grandes investimentos. No nosso projeto estamos criando um distrito industrial �s margens do Tiet� para explorar os tr�s modais�, define.

Por�m, com o processo de privatiza��o da Companhia Energ�tica de S�o Paulo (Cesp) e, depois, a aloca��o do Departamento Hidrovi�rio para a Secretaria de Trasportes, o desenvolvimento da hidrovia teve sua velocidade reduzida. Alcalde diz que, projetos como o do Distrito Industrial na beira do rio em Ja�, voltam agora � tona, com a��es da Fiesp e deputados estaduais da Frente Parlamentar das Hidrovias (FPH). Em 14 de agosto, representantes do Departamento de A��o Regional (Depar) da Federa��o, e da FPH estiveram reunidos em S�o Paulo para alinhavar as primeiras a��es. Alcalde adianta que a parceria visa voltar a difundir a hidrovia para envolver as comunidades ribeirinhas.


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Fiscaliza��o de navega��o

Diante do crescimento e perspectiva de amplia��o do volume de carga na hidrovia, a Secretaria dos Transportes assinou em agosto conv�nio de coopera��o com o 8.� Distrito Naval, �rg�o vinculado � Uni�o, visando monitorar e fiscalizar as opera��es de transportes na hidrovia.

O acordo prev� que o Departamento Hidrovi�rio (DH) ir� repassar R$ 120 mil - no per�odo experimental de seis meses - � Capitania Fluvial do Tiet�-Paran� (CFTP) para a fiscaliza��o do cumprimento das normas operacionais de navega��o. O trabalho em conjunto vai permitir uma maior a��o da Marinha para controlar as condi��es da seguran�a da navega��o.




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