� surpreendente a grandiosidade do laborat�rio sentimental dos seres humanos. Mergulhada em um tubo de ensaio, a alma humana passa por diversas experi�ncias, comprovando a nossa condi��o diferencial de outros animais. Essa complexidade, entretanto, nos determina ant�teses emocionais, fazendo com que nossos sentimentos estejam em constante conflito. N�o poderia ser diferente com o amor, o mais nobre e comum dos sentimentos humanos, ao qual se relaciona a presen�a natural e perigosa do ci�me.
Por raz�es instintivas de um relacionamento, como a entrega total � pessoa amada, a fidelidade e a confian�a, o amor necessita de uma constante correspond�ncia, abrindo caminho para o ci�me natural e harmonioso. A vida amorosa do casal agradeceria se tudo findasse nesse patamar. No entanto, o ci�me pode crescer descontroladamente e passar a ser um fator de repuls�o entre namorados.
V�rios motivos explicam o ci�me exagerado de algumas pessoas. Rela��es inseguras ou inconsistentes, nas quais n�o h� sentimentos correspondidos, por exemplo, est�o mais propensas a experimentar um ci�me amargo. H� a quest�o do desequil�brio psicol�gico, que leva o enciumado a atitudes radicais, e tamb�m influ�ncias da m�dia, cujas novelas s�o temperadas com enredos conflituosos. O que dizer, ent�o, do materialismo do mundo atual, o qual reifica o ser humano, tornando-o um objeto, acentuando seu ego�smo e modificando suas rela��es?
O ci�me desmedido � incompat�vel com o bom relacionamento humano, na medida em que desrespeita as liberdades individuais e escraviza a pessoa amada, sendo conden�vel como qualquer outro exagero. Devemos retomar, assim, � premissa de nossos sentimentos conflitantes, a qual demonstra a import�ncia do equil�brio emocional. Segundo Drummond: �Tenho duas m�os e o sentimento do mundo�. Cabe a n�s buscarmos a sobriedade em meio a tanto sentimento!
Rafael Bispo Pachoalini - estudante da terceira s�rie do ensino m�dio - RG 41.801.530-2 |