Bagd� - O Tribunal Penal Iraquiano come�ou ontem o segundo julgamento do ex-presidente do Iraque, Saddam Hussein (1979-2003), no qual ele � acusado de genoc�dio pela primeira vez, pela morte de milhares de curdos nos anos 80. Mantendo o tom desafiador, Saddam n�o quis se declarar culpado ou inocente.
Saddam e seis de seus ex-colaboradores s�o julgados pela opera��o Anfal -�despojos de guerra� em �rabe e nome de um dos cap�tulos do Alcor�o -, s�rie de ataques com armas qu�micas contra a popula��o curda do norte do Iraque, que dizimou centenas de vilarejos e deixou cerca de 180 mil mortos.
Entre os r�us est� o primo de Saddam Ali Hassan al Mahid, o �Ali Qu�mico�, acusado de supervisionar os ataques. O grupo foi indiciado por genoc�dio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra. � a primeira acusa��o contra Saddam por viola��es de direitos humanos em larga escala - citadas pelos EUA como uma das justificativas para invadir o Iraque. O ex-ditador j� est� sendo julgado pela morte de 148 xiitas em 1982, no vilarejo de Dujail.
Ontem, a acusa��o mostrou � corte fotos de mulheres e crian�as em covas coletivas - uma delas mostrava um beb� ainda com sua mamadeira. Num grande mapa do Norte do pa�s, foram marcadas as vilas atacadas. De acordo com os promotores, os vilarejos eram bombardeados com armas qu�micas e ent�o tropas entravam para matar os sobreviventes.
�Est� na hora de a humanidade conhecer a magnitude dos crimes cometidos contra a popula��o do Curdist�o�, disse o promotor Munqith al Faroon, que lidera a acusa��o. O massacre dos curdos - cujo territ�rio se estende pelo Ir� e pela S�ria - ocorreu em meio � guerra com o Ir�.
Saddam acusava guerrilheiros curdos de colaborarem com os iranianos. Para conden�-lo por genoc�dio, � preciso provar que houve a inten��o de �eliminar, totalmente ou em parte, um grupo nacional, �tnico, racial ou religioso�, segundo o estatuto do tribunal especial que o julga. A senten�a sobre as mortes dos xiitas em Dujail deve sair no dia 16 de outubro. |
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