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20/08/06 00:00 - Tribuna do Leitor

Obrigado, Noroeste

Quando eu era pequeno sempre escutava das pessoas um velho ditado: �Deus escreve certo em linhas tortas�, e ficava pensando o que ser� que aquela frase tinha a me dizer.

Hoje, anos ap�s, sinto na pele o seu significado. Nasci na cidade de Lins, de um clube chamado Associa��o Atl�tica Linense, de cores vermelhas e brancas. E, por coincid�ncia, ou coisas do destino, aprendi a amar exatamente a 100 km dali o Esporte Clube Noroeste, das mesmas cores da equipe de minha cidade natal. Desde pequeno eu freq�entava o est�dio Alfredo de Castilho, em companhia de meu pai. Dali em diante me apaixonei pela maquininha vermelha, um clube de muita tradi��o de uma torcida apaixonada e vibrante.

Hoje relembro com saudade de minha inf�ncia, de comer amendoim no lado dos eucaliptos, de escutar a partida em um velho radio grande da cor preta, oh saudade...

Mas tive momentos de tristeza e me recordo de uma deles, que jamais esquecerei: em uma segunda, de manh�, estava indo pra escola, como sempre de costume peguei o jornal pra ler e vi uma not�cia que me entristeceu muito - �Em campanha med�ocre, Noroeste foi rebaixado a s�rie A3�. Lembro que escutava a partida naquele meu velho r�dio, e, ao t�rmino da partida, comecei a chorar, e minha m�e dizia:

-Filho, p�ra de chorar, isso � besteira!

Aquilo me tocou, e de l� pra c�, como um passe de m�gica, meu amor pelo Noroeste aumentou e muito, come�ava realmente a entender melhor, a sofrer, como um verdadeiro noroestino. Anos mais tarde as coisas haviam piorado, o clube corria risco de fechar, de nunca mais existir, como se parte da minha inf�ncia fosse ficar eternamente nas entrelinhas de uma triste lembran�a, e meu pai dizia: "�, filho o Noroeste deve fechar!"

Que momento de tristeza, de um aperto em meu cora��o, mas sabia que aquele mesmo ditado que citei logo no come�o voltaria a me trazer novamente um ensinamento: o renascer das cinzas do Esporte Clube Noroeste, que da �gua para o vinho, gra�as a um senhor chamado Dami�o Garcia, me trouxe novamente as alegrias da inf�ncia, de ir ao est�dio aos domingos depois de um almo�o com a fam�lia. Meu Deus, que felicidade, hoje posso dizer que sou um homem realizado, apesar da pouca idade, hoje morreria feliz, pois fiz da minha vida um amor eterno pelo Noroeste, que me deu a felicidade, o sentimento de amar, de torcer loucamente. Obrigado, Noroeste, obrigado Bauru por me acolher.


Francisco Estev�o Viola Nishihara, 17 anos - Bauru-SP




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