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12/08/06 00:00 - Ag�ncias - Brasil

Pol�cia Federal prende 30 envolvidos com fraudes com merenda no AM e RO

K�tia Brasil/Folhapress
Manaus - A Pol�cia Federal (PF) prendeu ontem 30 suspeitos de envolvimento em um esquema de venda superfaturada de alimentos para merenda escolar, quart�is do Ex�rcito e fam�lias carentes. Por meio do esquema, foram fraudadas licita��es da ordem de R$ 126 milh�es no Amazonas. A quadrilha tamb�m vendia comida vencida na capital amazonense.

As maiores fraudes ocorreram na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e envolveram o fornecimento de 230 mil cestas b�sicas aos flagelados da seca que atingiu o Amazonas e o Par�, em 2005. O dinheiro, cerca de R$ 30 milh�es, veio do governo federal. Houve tamb�m licita��o fraudada para compras de cestas b�sicas - com alimentos impr�prios, como a��car contaminado por fezes de rato e arroz infestado de parasitas, al�m de peixe contaminado com larvas - fornecidas ao Ex�rcito.

A origem do superfaturamento, segundo a PF, foi o 12.� Batalh�o de Suprimentos do Ex�rcito. Dez militares foram presos. As pris�es foram cumpridas em Manaus, no Distrito Federal e em mais cinco Estados. Cerca de 250 agentes da PF participaram da a��o, cumprindo 64 mandados de busca e apreens�o.

Ontem, durante as buscas e apreens�es, policiais federais encontraram um armaz�m em Manaus, montado pela quadrilha, com 300 toneladas de alimentos vencidos. Fiscais da Vigil�ncia Sanit�ria j� consideraram metade dos alimentos como impr�prios para o consumo humano.

Entre os presos tempor�rios (cinco dias) est�o o subsecret�rio de Fazenda do Amazonas, Afonso Lobo, o superintendente da Conab do Amazonas, Juscelino de Souza Moura, e Manoel Paulino da Costa Filho, assessor do vice-governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN).

A Pol�cia Federal apontou o empres�rio Cristiano da Silva Cordeiro como l�der do esquema, que tamb�m envolvia agentes p�blicos, militares e empres�rios. S�o acusados de participar do esquema os empres�rios Lamark Barroso de Souza, da empresa Natumilk, e Ricardo de Oliveira Lobato, da empresa Ciali.

Em 2002, as duas empresas, que fornecem alimentos para merenda escolar, foram acusados de fraudar prazo de validade de alimentos. A Companhia Ciali Amazonense de Alimentos � investiga no esc�ndalo a Sudam.

O empres�rio Cristiano Cordeiro foi preso �s 6h de ontem em um condom�nio de um bairro nobre de Manaus. Ele teria montado um esquema com 60 empresas, sendo que 19 delas movimentaram em torno de R$ 354 milh�es nos �ltimos seis anos, declarando aos fisco receita de R$ 27,7 milh�es no mesmo per�odo, segundo o superintendente da Receita Federal na 2.� Regi�o, Jos� Tostes Barroso.

As investiga��es da Opera��o Sa�va come�aram em mar�o de 2005, depois que PF detectou o esquema durante uma opera��o que prendeu policiais rodovi�rios federais. �Detectamos um grupo de empres�rios do setor de g�neros aliment�cios da cidade de Manaus que fraudava licita��es em v�rios �rg�os, entre eles o governo do Amazonas, as prefeituras de Manaus e Presidente Figueiredo, a Conab e o Ex�rcito brasileiro. O esquema contava com uma vasta participa��o desses �rg�os�, disse o coordenador da Opera��o Sa�va, delegado Jocenildo Cavalcante.

A quadrilha agia h� mais de seis anos. Os empres�rios, com a colabora��o dos servidores p�blicos e militares - que recebiam propina e viagens ao exterior -, obtinham informa��es privilegiadas para ganhar as licita��es.

Os produtos vendidos pelo esquema n�o respeitavam as especifica��es dos editais e seus pre�os eram superfaturados. A quadrilha, acusada de crimes como fraudes em licita��es, lavagem de dinheiro, sonega��o fiscal, corrup��o ativa e peculato, simulava entregas de produtos. Para isso, contavam com o apoio de fiscais da Vigil�ncia Sanit�ria. Ontem, duas fiscais municipais foram presas.

As investiga��es que levaram ao desmonte ontem de um grande esquema de fraudes em licita��es p�blicas em Rond�nia e no Amazonas, na Opera��o Sa�va, partiram de uma den�ncia an�nima. Desde fevereiro do ano passado, a �rea de intelig�ncia da Receita Federal vem trabalhando no caso. Agentes foram deslocados para os dois Estados para operar em conjunto com a Pol�cia Federal.




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