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12/08/06 00:00 - Ag�ncias - Brasil

Ap�s 4 meses de queda, infla��o acelera

IPCA, �ndice que serve de refer�ncia para o governo, registrou alta de 0,19% em julho, com introdu��o de nova metodologia

Pedro Soares e Clarcie Spitz/Folhapress
Rio - O �ndice de Pre�os ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,19% em julho, m�s a partir do qual o Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) introduziu novos pesos aos produtos que integram o �ndice. Em junho, havia registrado defla��o de 0,21% - a primeira taxa negativa do ano.

No acumulado em 12 meses, o IPCA ficou em 3,97%. Foi a menor varia��o desde junho de 1999 - per�odo que o Pa�s vivia a recess�o p�s-desvaloriza��o cambial. Segundo Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de �ndices de Pre�os do IBGE, os reajustes do grupo transportes (puxado pelos aumentos do �lcool e da gasolina), dos empregados dom�sticos e o final da defla��o dos alimentos provocaram a eleva��o do IPCA.

No novo sistema de pondera��o do IBGE, o �lcool combust�vel perdeu peso - de 1,28 ponto percentual do �ndice para 0,42 ponto. Em tese, isso poderia trazer um �vi�s de baixa� para o �ndice, j� que o combust�vel subiu em julho - 1,04%. Em junho, o produto teve defla��o de 8,77% e foi o principal respons�vel pela queda do IPCA.

O reajuste do �lcool impulsionou os pre�os da gasolina, que tem em sua composi��o 20% do produto. A alta ficou em 0,81%. A gasolina, por sua vez, ganhou participa��o. Sob impacto do aumento do sal�rio m�nimo, o item empregados dom�sticos teve alta de 1,18% em julho. Seu peso tamb�m foi reduzido.

Longo prazo

Na opini�o de Nunes dos Santos, a mudan�a metodol�gica introduzida n�o altera, no longo prazo, os resultados do IPCA, embora reconhe�a que �os pre�os que cresceram mais em julho s�o aqueles que perderam peso�. Ela disse, por�m, que em outros meses pode acontecer o contr�rio: os aumentos ficarem concentrados nos produtos que ganharam participa��o, o que leva a uma converg�ncia no longo prazo. J� em julho, Nunes cita o exemplo do grupo vestu�rio, cujos pre�os subiram 0,59%. O grupo ganhou participa��o no IPCA.

A nova pondera��o visa atualizar o �ndice aos novos h�bitos de consumo da popula��o, identificados pela Pesquisa de Or�amentos Familiares (POF) de 2003. A antiga estrutura refletia o padr�o de consumo de 1996. Ou seja, se um produto passou a ser mais consumido, ele ganha peso, ou vice-versa. O economista Luiz Roberto Cunha, da PUC-RJ, tamb�m avalia que o impacto da mudan�a metodol�gica ser� dilu�do ao longo do tempo e n�o altera as proje��es de infla��o para 2006 - que est�o na faixa de 3,5% a 4%.

Cunha disse que a mudan�a n�o altera em nada a atual condu��o da pol�tica monet�ria. O IPCA serve de refer�ncia para a meta de infla��o do governo, que � de 4,5% neste ano. Em julho, o IPCA ficou levemente acima das proje��es de analistas do mercado financeiro - 0,15%. Para agosto, entretanto, o economista espera uma pequena acelera��o da infla��o. O motivo � que os pre�os dos alimentos devem subir, com aumentos previstos para carnes e outros produtos.

Em julho, tal tend�ncia j� come�ou a se manifestar: o grupo alimenta��o passou de uma defla��o de -0,61% para uma alta de 0,09%. O aumento tamb�m teve impacto no resultado do IPCA, segundo o IBGE. Pre�os mais altos do arroz (4,33%) e das frutas (8,14%) foram os que mais contribu�ram para a acelera��o do grupo alimenta��o, de acordo com o instituto.

A nova estrutura do IPCA identificou que as fam�lias passaram a gastar mais com telefonia fixa e celular, servi�os banc�rios, planos de sa�de, entre outros. Os cursos passaram a ser o item de maior peso no �ndice - 4,90 ponto. A posi��o anteriormente era da gasolina, que agora passou a ser a segunda em import�ncia (4,77%).




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