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06/08/06 00:00 - Geral

Erros na escrita refletem o baixo n�vel de aprendizagem

Adilson Camargo
Uma an�lise mais detalhada das reda��es que s�o produzidas por alunos do ensino m�dio, por vestibulandos e at� por universit�rios leva a uma constata��o desanimadora. O n�vel de aprendizagem de uma parcela significativa dos estudantes de escolas p�blicas e particulares � muito baixo.

Palavras como �feis� (fez), �vamu� (vamos), �xeguei� (cheguei), �auguma� (alguma), �hainda� (ainda), �chingar� (xingar), �emcima� (em cima, confundido com embaixo), �vio� (viu), �chopin� (shopping), �derrepente� (de repente) e �muinto� (muito) s�o alguns dos exemplos citados por professores de l�ngua portuguesa tanto da rede p�blica quanto particular.

�De uns cinco anos para c�, o n�vel das reda��es caiu muito�, constata a professora Ana dos Santos Pereira, que lecionou por 26 anos em escola p�blica e atualmente trabalha com alunos da rede particular e em cursos preparat�rios para concursos. E as perspectivas dela n�o s�o nada animadoras. �Parece que a situa��o est� ficando cada vez pior.�

Os motivos para esse d�ficit educacional s�o os mais variados poss�veis. Os professores entrevistados apontaram a falta de vontade dos estudantes, a aus�ncia da fam�lia, a influ�ncia da Internet como alguns dos vil�es. Eles foram un�nimes em um ponto: o brasileiro, em geral, e os alunos, em particular, l�em e escrevem muito pouco.

Segundo eles, fazer uma coisa e n�o fazer a outra tamb�m n�o resolve. �O ler e escrever precisam andar de m�os dadas. Ao escrever, n�s assimilamos com mais facilidade as palavras�, ensina o professor Alexandre Benegas. Na opini�o dele, da mesma forma que o esporte exige muito treinamento para ser corretamente praticado, a escrita tamb�m tem de ser bastante explorada para que se tire o m�ximo de proveito.

�A leitura e a produ��o de texto formam o eixo orientador da l�ngua�, diz a professora Oeni Cust�dio Marins. Segundo ela, a partir do momento que uma palavra � assimilada, o aprendizado � para o resto da vida.

�Quem l� e escreve bastante tamb�m erra, mas erra menos�, afirma a professora e jornalista �rika de Moraes, que participou das corre��es das provas do vestibular da Universidade de Campinas (Unicamp) nos �ltimos seis anos e esteve presente tamb�m na corre��o das cinco �ltimas avalia��es do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem).

De acordo com �rika, tamb�m existem erros de portugu�s em textos bem estruturados. Equ�vocos como os que foram colocados no in�cio da mat�ria, na opini�o dela, s�o uma demonstra��o de que os alunos n�o est�o acostumados a ler e escrever.

Uma das maneiras de evitar o erro � praticar o que � certo. �Tudo o que se aprende na escola tem de ser colocado na pr�tica. Sen�o, voc� esquece�, recomenda a professora Ana. Segundo ela, nem sempre � preciso decorar regras para escrever corretamente. �Se a pessoa l� bastante e exercita a escrita, ela grava as palavras. Mas o povo, em geral, l� e escreve muito pouco.�

Ela conta que nos cursos preparat�rios sempre tem entre seus alunos advogados, psic�logos, professores e todos t�m problemas com a ortografia. Mas n�o s� com isso. Concord�ncia e reg�ncia tamb�m s�o outros dois obst�culos a serem vencidos por quase todos os alunos. �A dificuldade � geral�, diz Ana.

Para a professora Oeni, corrigir as falhas na estrutura do texto exige um pouco mais de paci�ncia. O primeiro passo, segundo ela, � deixar a pessoa escrever � vontade. Depois vem a corre��o dos pontos falhos.

Para a professora e jornalista �rika, outras duas falhas bastante comuns nas reda��es envolvem a falta de coer�ncia e de conte�do. �Infelizmente, a maioria dos textos � mediano, o que mostra a precariedade do ensino nas escolas brasileiras.� Em seis anos, ela diz que n�o notou nenhuma melhora na qualidade dos textos.




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