Bauru e grande região - Sexta-feira, 04 de outubro de 2024
máx. 31° / min. 12°
19/07/06 00:00 - Ag�ncias - Brasil

Perita criminal desmonta a vers�o dos irm�os Cravinhos para o crime

Folhapress
S�o Paulo - A perita criminal Jane Marisa Millioni Pacheco Belucci apresentou ontem as fotos colhidas no local onde Manfred e Mar�sia von Richthofen foram assassinados a golpes. O primeiro slide, projetado em dois tel�es na sala do j�ri, provocou um �oh� da plat�ia. As imagens chocantes mostravam o casal morto sobre a cama.

A Belucci foi perguntado se os ferimentos nos pais de Suzane poderiam ter sido provocados por apenas um agressor. A perita respondeu que n�o, que as caracter�sticas dos ferimentos indicam a presen�a de dois agressores. Esse testemunho destruiu os depoimentos de Daniel e de Christian Cravinhos, dados anteontem, segundo os quais apenas Daniel participou do assassinato do casal.

Acarea��o

As contradi��es entre os depoimentos de Daniel e Suzane levaram o juiz Alberto Anderson Filho a convocar uma acarea��o dos ex-namorados. O procedimento, sugerido pela promotoria e aceito pelas defesas dos r�us, dever� acontecer logo ap�s o t�rmino dos depoimentos das testemunhas, o que estava previsto para acontecer ontem no final do dia. Roberto Tardelli, promotor, enumerou 14 contradi��es entre os dois r�us, a maioria versando sobre a autoria intelectual do crime.

Segundo explicado pelo advogado de Suzane, Mauro Ot�vio Nassif, �se o j�ri firmar convic��o de que a id�ia dos assassinatos foi de autoria de Daniel Cravinhos, est� pavimentado terreno para a absolvi��o de Suzane�. Do lado de Daniel, se o j�ri se convencer de que ele foi induzido pela ex-namorada a cometer o crime, ele ainda fica como autor material, mas pode usar a indu��o como atenuante.

O juiz � c�tico em rela��o ao tipo de esclarecimento que poder� advir da acarea��o: �Eles s�o r�us. N�o t�m o compromisso de falar a verdade. Entre duas pessoas obrigadas a dizer a verdade, como as testemunhas, posso extrair alguma coisa de concreto. Entre os r�us, que n�o s�o obrigados a dizer a verdade, tenho d�vidas�.

Contradi��es

Suzane disse anteontem que foi avisada da inten��o de Daniel de matar seus pais apenas dois dias antes do crime. Segundo a jovem, ela ficou desesperada, chorou muito e o ex-namorado pareceu desistir do intento. No dia do crime (30 de outubro de 2002), ela dirigiu-se � casa de Daniel, fumou maconha e, ent�o, foi conduzida � casa de sua fam�lia, �completamente zonza�, onde os dois irm�os consumaram o crime.

Na vers�o de Daniel, sua ex-namorada tinha a id�ia fixa de matar os pais. Imaginava v�rias situa��es de morte -como atear fogo na casa do s�tio da fam�lia, com os pais dentro; tirar a mangueira do freio do carro dos pais ou usar a arma da fam�lia para mat�-los. Segundo ele, Suzane avisou-o no dia do crime que �tinha chegado a hora�. Daniel conta que, s� nesse momento, come�ou a preparar os porretes para assassinar o casal.

Outros pontos nebulosos

1) Suzane era virgem ou n�o quando conheceu Daniel? Ela diz que sim. Ele, que n�o. A quest�o s� � importante porque provaria (ou n�o) a �entrega� da mo�a aos ditames dele.

2) Quem participou dos assassinatos? Daniel diz que matou os pais de Suzane sozinho. Suzane diz que o crime foi cometido pelos dois irm�os.

3) Quem iniciou quem no uso de drogas? Suzane diz que foi Daniel quem apresentou-a � maconha. Daniel diz que foi ela quem fez isso com ele. O depoimento de Andreas confirmou o da irm� nesse quesito.

4) De quem era a arma achada dentro do urso de pel�cia? Suzane diz que a arma era de Andreas, que a tinha ganho de Daniel, que, por seu turno, diz que a arma era de Suzane.




publicidade
As Mais Compartilhadas no Face
(SF) © Copyright 2024 Jornal da Cidade - Todos os direitos reservados - Atendimento (14) 3104-3104 - Bauru/SP