Continua valendo: joio ou trigo

Senhor Wilson Carlos de Oliveira, sua opini�o publicada nesta segunda-feira, 17/7/2006, referente � minha, �Voto nulo, joio e trigo�, do dia 15/7/2006, traz uma confiss�o de que h� tempos n�o mais acompanha �... as cr�ticas desta coluna, n�o que n�o queira faz�-lo, mas por falta de tempo�. Creio que em fun��o dessa falta de tempo o missivista n�o tenha lido a carta que originou estas salutares manifesta��es. Para n�o perdermos a origem da quest�o � importante lembrar que a mesma come�ou em fun��o de carta anterior �s nossas, onde um cidad�o defendia o voto nulo com a inten��o de obter a nulidade das pr�ximas elei��es, 50% mais um de votos nulos.

Assim, segundo o missivista, seria convocado um novo pleito com novos candidatos, sendo que os postulantes das elei��es, pretensamente nulas, n�o poderiam disput�-las, o que for�aria a �renova��o�. Uma id�ia dessas certamente forneceria a Eug�ne Ionesco elementos para escrever uma pe�a de sucesso para o seu teatro que teve como destaque, ao analisar as rela��es humanas, o aspecto tragic�mico e absurdo da exist�ncia. O alcance imposs�vel da proposta, do ponto de vista da realidade, (a� sim) induz alguns milhares a pr�tica do voto nulo imaginando a salva��o do Pa�s que, ao final, sempre favorece o joio em detrimento do trigo.

Sr. Wilson, nada contra os jovens e muito menos contra as suas candidaturas. Procuramos ficar atentos a tudo, inclusive � pretens�o dos �novos�, n�o importa a idade, pois o super-homem (que n�o � o do filme) concebido por Nietzche n�o levara em conta a faixa et�ria. Encerro refor�ando minha manifesta��o com o publicado neste domingo, 16/7/2006, pelo jornalista Elio Gaspari, na p�gina A10, da FSP, com o subt�tulo �Novos lar�pios�: �Circula entre os desencantados da pol�tica a id�ia segundo a qual votando-se em quem nunca foi deputado federal limpa-se a C�mara. Infelizmente, aquele plen�rio s� limpa se os eleitores varrerem os lar�pios. De 21 deputados envolvidos na m�fia das ambul�ncias, dez est�o no seu primeiro mandato. Portanto, se o crit�rio da virgindade federal tivesse sido aplicado � elei��o passada, teria dado em nada�.


Nicanor Amaro Silva Neto