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15/07/06 00:00 - Geral

Motot�xis se aproveitam do caos

Sem �nibus nas ruas, mototaxistas chegaram a cobrar at� R$ 15,00 por corrida, cinco vezes mais que a tabela

Lucien Luiz
Muitas pessoas sofreram para chegar ao trabalho ontem de manh�. A frota de 228 �nibus que fazem o transporte di�rio na cidade ficou estacionada na garagem 12h30. Muita gente precisou sair de casa a p� ou pagar caro por t�xi e motot�xi. Muitos mototaxistas, aproveitando-se da ocasi�o que gerou uma enorme procura pelo servi�o, chegaram a cobrar at� R$ 15,00 cada viagem.

O abuso no pre�o, que foi dez vezes superior � passagem do �nibus (R$ 1,60), acabou incentivando a maioria das pessoas a recorrer � carona e aos pr�prios p�s. Anteontem � noite, ap�s o quinto coletivo ser queimado em Bauru, o prefeito Tuga Angerami determinou que os ve�culos deixassem de trafegar at� segunda ordem, temendo novos ataques. Ontem, os �nibus voltaram a circular �s 13h.

A Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru (Emdurb) recebeu in�meras den�ncias e reclama��es sobre o abuso de pre�o do servi�o de motot�xi. Entretanto, de acordo com a assessoria de comunica��o do �rg�o, nenhuma autua��o foi feita porque os reclamantes n�o informaram a placa dos ve�culos usados pelos mototaxistas gananciosos. A multa prevista para esse tipo de infra��o � de R$ 532,00.

Ontem, por volta das 8h, as vendedoras Drieli Lodi, 21 anos, e Elisabete Paulino, 29 anos, andaram a p� da Vila S�o Paulo para o Centro de Bauru, passando inclusive pela rodovia Bauru-Iacanga. Sem �nibus e com os pre�os abusivos cobrados pelos mototaxistas, as duas optaram pela caminhada de mais de 15 quil�metros.

�N�o d� para pagar o quanto eles (os mototaxistas) est�o pedindo. Alguns querem R$ 10,00, R$ 15,00 pela corrida. O jeito, at� os �nibus voltarem a circular, � p�r o p� na estrada e tomar muito cuidado para n�o ser atropelada�, comenta Lodi, que caminhava apressada.

�N�o estou explorando ningu�m. R$ 1,00 a mais a pessoa tem condi��o de pagar. A popula��o precisa chegar em casa e eu preciso ganhar um pouco mais. O dia-a-dia est� muito dif�cil�, defende-se o mototaxista Jos� Vieira, 46 anos, sobre as cr�ticas que os profissionais receberam pelo abuso no pre�o das viagens.

O metal�rgico Valdeir de Oliveira, 22 anos, que estava na garupa de Vieira, teve de desembolsar R$ 9,00 para chegar ao trabalho ontem, na avenida Cruzeiro do Sul. �Moro no Jardim Redentor e, este, j� � o segundo motoqueiro que pego hoje, porque precisei fazer uma parada no Centro. Se eu estivesse de �nibus, n�o teria gasto a metade. No final do m�s, o preju�zo vai fazer diferen�a�, reclamou.

Quem tamb�m ganhou um pouco mais durante a manh� de ontem foi o mototaxista Marco Ant�nio de Oliveira, 30 anos. Das 7h �s 9h30, ele j� havia feito dez corridas, com pre�os entre R$ 5,00 e R$ 8,00. �O movimento est� muito bom hoje, mas a cobran�a est� sendo feita em cima da quilometragem rodada�, ressaltou.

Para a vendedora Fernanda Feitosa, 20 anos, que seria levada por Oliveira at� a avenida Get�lio Vargas, a circula��o dos coletivos n�o deveria ter sido suspensa. �� um exagero, atrapalhou a vida de todo mundo. � s� p�r bastante policiamento na rua�, sugere.

De acordo com a assessoria de comunica��o da Associa��o das Empresas do Transporte Coletivo Urbano de Bauru (Transurb), cerca de 50 mil pessoas deixaram de ser transportadas ontem de manh� na cidade. Ao dia, aproximadamente 100 mil usu�rios do servi�o s�o atendidos.

O servi�o de motot�xi � regulamentado em Bauru e desde 2001, uma tabela de pre�os determina que o valor da viagem, de segunda a s�bado, das 6h �s 20h, seja de R$ 3,00. Das 20h01 �s 5h50, estabelece custo de R$ 4,00, assim como aos domingos e feriados.

A Empresa Municipal de Desenvolvimento Urbano e Rural de Bauru, orienta que, para evitar abusos, os usu�rios solicitem a apresenta��o da carteira de autoriza��o para a presta��o de servi�os emitida pelo pr�prio �rg�o. Anotar a placa do ve�culo que fez o transporte tamb�m � recomend�vel.


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Faturamento dobrado

A manh� de ontem foi incomum num posto de motot�xi do N�cleo Presidente Geisel, em Bauru. Uma fila, com cerca de dez pessoas, se formou em frente ao estabelecimento � espera de transporte.�Antes das 6h j� tinha gente esperando, al�m do telefone, que n�o parava de tocar. Todo mundo tinha urg�ncia em ir para o trabalho. O desespero foi geral�, conta Luiz Carlos da Silva, 27 anos, que trabalha como mototaxista no local.

Ainda segundo ele, o movimento s� diminuiu por volta do hor�rio do almo�o.

At� o meio-dia, cada um dos 15 mototaxistas que trabalham na empresa j� tinham faturado o total de um dia normal de servi�o.

�Mesmo na rua, muitas pessoas acenavam para a gente parar. �s vezes, ainda est�vamos com passageiro na garupa�, conta o mototaxista Eldio Ant�nio Nova, 41 anos, que tamb�m trabalha no Geisel.




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