�Onda verde� recupera nascentes

Itapu� - A organiza��o n�o-governamental (ONG) Bica de Pedra de Itapu� (44 quil�metros de Bauru) tem conseguido resultados expressivos com o trabalho de plantio de mudas nativas em �reas degradadas e com nascentes amea�adas.

O coordenador da entidade de defesa ambiental Jos� Vitor Ficcio comemora o fato de em quase cinco anos de atua��o no meio ambiente, o munic�pio j� recuperar mananciais dados como extintos. Ele cita a �rea da Fazenda S�o Fernando, onde se recuperou uma nascente que voltou a correr em dire��o ao c�rrego Bica de Pedra, que empresta o nome � ONG. O ambientalista comenta que, h� dois anos, s� se via ao redor da nascente o solo encharcado, entretanto, sem �gua brotando e formando um curso d��gua.

�Temos uma t�cnica de revitaliza��o de nascentes que o resultado foi satisfat�rio�, comemora. A fazenda pertence ao Grupo Cosan, parceira da ONG na recupera��o da �rea.

No dia 21 de setembro, os ambientalistas v�o promover novo plantio nesta propriedade. �Pretendemos plantar 7 mil mudas numa �rea de quatro hectares�, adianta.

No entanto, Ficcio define como preocupante a situa��o de matas nativas na regi�o e, principalmente, no munic�pio de Itapu�.

Um levantamento de �reas remanescentes, atualizado em 1998, mostra que Itapu� ocupa o �ltimo lugar entre 14 munic�pios pesquisados na regi�o em termos de preserva��o de mata nativa. Os dados s�o de outubro de 1998 pesquisados pela Lupa/Cati, da Secretaria de Estado da Agriculturta. O levantamento mede em hectares o que sobrou de florestas nativas e reflorestamento comercial - eucalipto e pinus. �Mostram uma situa��o deplor�vel. E ouvi dos t�cnicos que a situa��o atual � ainda muito pior�, garante.

Na pesquisa, conforme Ficcio, o munic�pio de Brotas ainda se mant�m em posi��o privilegiada, com as maiores reservas de mata. As florestas nativas eram 9.340 hectares, que corresponderia a 37% do total em 1998. De reflorestamento econ�mico, Brotas mantinha 16.674 hectares, o equivalente a 44% do total. As duas �reas somam 26.015 hectares, representando 40,5% do total da regi�o.

Barra Bonita

Ficcio explica que Barra Bonita est� em uma posi��o intermedi�ria com apenas 135 hectares de mata nativa, que corresponderia na �poca da pesquisa a 0,53% do total da regi�o. Do que restava de reflorestamento comercial, Barra contaria com apenas 218,10 hectares, equivalente a 0,56%.

Entre mata nativa e econ�mica, o munic�pio �s margens do Rio Tiet� possu�a 353,10 hectares de �rea, corespondentes a 0,55% da somat�ria entre mata nativa e de explora��o econ�mica.

Pelo levantamento da Lupa/Cati, Itapu� tinha 24,50 hectares de mata natural, cerca de 0,10% de toda a regi�o. De reflorestamento para uso comercial, restavam apenas 35,40 hectares, que equivaleriam a 0,09% de tudo que restou. O munic�pio tinha na totalidade 60,30 hectares de �rea com mata, o correspondente a 0,09% da soma geral.

Entretanto, Ficcio revela que as a��es continuadas est�o revertendo esta triste salada de n�meros que refletem a degrada��o do meio ambiente constatada dia a dia.

Somente no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a ONG plantou 2.200 mudas na Fazenda Santa Eudoxia, onde est� uma nascente que des�gua no Rio Tiet�.

Entre as esp�cies plantadas destacam-se o jequitib� rei, peroba rosa, baru (�rvore da regi�o do nordeste), angelim (considerada rara), jacarand� da Bahia, cedro rosa e jequitib� rosa entre outras. Ao todo, 140 esp�cies diferentes foram plantadas.

Nos dias que se seguiram, os ambientalista da entidade continuaram o plantio. Na margem do Tiet�, foram colocadas 800 mudas no bairro Baririzinho, no Vale do Arouca. Neste lugarejo de Itapu�, a ONG vem fazendo plantio sistem�tico.

Estrat�gia

Ficcio explica que desde 2001 intensificou as a��es com a estrat�gia de atrair empresas que ajudam como parceiras. O resultado � que at� o momento foram plantadas 50 mil �rvores.

Para garantir a recupera��o da mata ciliar, a ONG conta com um viveiro em Itapu�, que fornece mudas. O viveiro foi constru�do por Ficcio no quintal de sua resid�ncia. Ele comenta que s�o mudas produzidas em saquinhos. Segundo o ambientalista, a maneira de produzir garante maior resist�ncia para plantio.

O coordenador da ONG ressalta que o viveiro exigiu a perfura��o de um po�o semi-artesiano em sua casa para garantir �gua para sustentar o viveiro. A entidade foi regulamentada h� cerca de dois anos e meio, mas o trabalho informal j� era feito h� aproximadamente cinco anos. A ONG sobrevive com a colabora��o de empresas que patrocinam as �reas recuperadas. Entre as parceiras est� a Cosan, Trident S/A, Reval Atacados e Papelaria, o frigor�fico Frango Itabon, M�veis S�o Lucas, M�veis Lindolar, Supermercados Lenharo e Supermercado Canella.

A partir desta semana, estudantes come�am a aprender t�cnicas de produ��o de mudas nas escolas. A ONG Bica de Pedra estar� circulando pelos col�gios p�blicos da cidade num trabalho de sensibiliza��o dos alunos. Ao inv�s de sacos pl�sticos, as mudas v�o ser transplantadas para garrafas pet, mostrando uma nova op��o de reutiliza��o das garrafas descart�veis.