HINO NACIONAL

A Copa do Mundo me fez perceber uma sutil diferen�a entre os hinos nacionais da imensa maioria dos pa�ses participantes e de alguns outros poucos, como Tun�sia, Costa do Marfim, Su��a e Su�cia. A maioria dos hinos fala de sangue, morte, um deles fala em cortar pesco�o das m�es, derramar sangue. Todos falam em derramar o pr�prio sangue e at� morrer pela P�tria. O da Tun�sia, com letra bem sucinta, fala da beleza, do amor, de paz e de f�. O da Costa do Marfim fala das mesmas coisas, ressalta a conquista da liberdade em paz, sem viol�ncia e na necessidade de manter, cultivar e disseminar esses valores que conduzir�o � verdadeira fraternidade universal. O da Su�cia fala das belezas da natureza, da f�, da paz e harmonia, de morrer ali, sem sair dali. O da Su��a � um poema de exalta��o � vida. Inicia falando das belezas do amanhecer, do dia, da vida, da f� em Deus e de exalt�-lo sempre. Continua louvando a obra Divina e termina falando das belezas do anoitecer.

O nosso, dito aqui como o mais belo do mundo (pode ser que o seja na m�sica), fala em �deitado eternamente em ber�o esplendido�; �desafia o nosso peito � pr�pria morte�; �ver�s que um filho teu n�o foge � luta, nem teme quem te adora � pr�pria morte�. Contudo, no mar de lama que a cada ano se avoluma nos governos que se sucedem, os que mais necessitam de justi�a social conformam-se com esmolas disfar�adas em �ajuda� que os tornam ref�ns da miserabilidade, muitos se acomodando na ociosidade, justificando a m�sica �Vozes da seca�, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, que diz�... mas doutor, uma esmola para um homem que � s�o (sadio), ou lhe mata de vergonha, ou vicia o cidad�o�. A classe chamada m�dia fica cada vez menor e j� n�o mais consegue se escravizar para ter o que os mais abastados conseguem, conformando-se em parecer que t�m. A renda a cada dia se restringe a cada dia menor n�mero de pessoas.

Mesmo assim, os sindicatos, em sua maioria trabalham mais para patr�es que para seus membros sindicalizados. E o povo? Parece realmente permanecer �deitado eternamente em ber�o esplendido�. At� quando? (�ureo Antonio �rnica - RG 5.364.772-5)