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17/06/06 00:00 - Opini�o

O MLST e a democracia

Neste clima de Copa, talvez o Pa�s do futebol n�o esteja se dando conta dos in�meros sinais de enfraquecimento (em ritmo de Senna, n�o de Barrichello) da autoridade do Estado. A invas�o do Congresso Nacional pelo MLST-Movimento de Liberta��o dos Sem Terra, � mais um epis�dio que, como gota d��gua, vai enchendo o copo democr�tico da toler�ncia que um dia poder� transbordar, como j� aconteceu no passado. Provoca��es como essa n�o podem e n�o devem ser toleradas, assim como as agress�es contra a cidadania na forma de mensal�es, esquemas lot�ricos, sanguessugas, etc, exigem puni��es exemplares. Se fatos como esses ficarem impunes, a autoridade do Estado e a pr�pria democracia se enfraquecem, a ponto de suscitar do senador ACM (PFL), da tribuna do Senado a semana passada, a �convoca��o das For�as Armadas, como em 1964�, para colocar ordem no Pa�s. Ainda bem que a m�dia ignorou essa parte do discurso do pol�tico baiano.

A autoridade do Estado, diante de acontecimentos violentos como algumas invas�es de terra, quebra-quebra de laborat�rios, saques a caminh�es nas estradas, etc, se enfraquece. Assalto consentido travestido de legalidade, como � o caso da absurda taxa de juro cobrada pelos bancos, verdadeira espolia��o, uma viol�ncia, tamb�m compromete a cren�a no Estado democr�tico. O fraco desempenho dos governos na luta contra o crime organizado � outro ponto que atinge o cerne da autoridade do Estado. A a��o do PCC em S�o Paulo, ressalvando o trabalho her�ico de alguns, mostrou a fragilidade da figura do Estado frente aos bandidos. Enquanto na Espanha, It�lia e outros pa�ses os governos levam milh�es de pessoas �s ruas em manifesta��es de protesto contra o terrorismo, seja ele pol�tico ou bandido, aqui ficamos trancados dentro de casa atendendo o �toque de recolher� do Marcola. A��es que utilizam brechas existentes na legisla��o para libertar assassinos confessos ou traficantes presos ajudam a comprometer a autoridade do Estado. O Estado brasileiro n�o est� sendo desrespeitado, mas confrontado, o que � grave.

O Brasil n�o necessita um Estado autorit�rio, longe disso, mas os governantes devem exercer a autoridade que lhes � conferida por Lei para que continuemos a viver num estado democr�tico livre e soberano. A forma de buscar repara��o moral e material exigida pela sociedade, sem d�vida, n�o � a utilizada pelo MLST. O atalho pretendido para a justi�a social, a hist�ria mostra, n�o � esse.

O per�odo � prop�cio a reflex�es. N�o se tem not�cia que o povo, nos �ltimos cinq�enta anos, tenha elegido um Congresso t�o ruim. A pol�tica e suas institui��es est�o no fundo do po�o, mas � sempre bom lembrar que na democracia � o povo, atrav�s do voto, que pode melhora-las. A �sele��o� que ser� convocada em outubro dispensa craques, bastam brasileiros honestos e competentes.


O autor, Tidei de Lima, � ex-prefeito de Bauru




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