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07/06/06 00:00 - Economia

Inadimpl�ncia no com�rcio cai 43%

A queda � referentes aos cinco primeiro meses deste ano; para comerciantes, cart�es de cr�dito e de d�bito contribu�ram

Lucien Luiz
Estat�sticas da C�mara dos Dirigentes Lojistas (CDL) apontam que o bauruense est� menos inadimplente. De janeiro a maio deste ano, 12.639 pessoas foram inclu�das na lista do Servi�o de Prote��o ao Cr�dito (SPC), contra 22.243 registros contabilizados entre os mesmos meses do ano passado. Isso significa 9.604 consumidores a menos na lista de maus pagadores, uma queda de 43,17% sobre o mesmo per�odo de 2005.

Esse recuo � atribu�do, principalmente, � tend�ncia das compras estarem sendo efetuadas atrav�s de cart�o de cr�dito e de d�bito. Segundo os comerciantes, as vendas no credi�rio e no cheque pr�-datado ca�ram significativamente em raz�o da clientela estar mais adepta ao uso do cart�o.

Por conta disso, a maioria dos estabelecimentos comerciais aceita e at� incentiva essa forma de pagamento. Para o setor, a alternativa � muito compensat�ria, j� que � a operadora do cart�o que cobre o d�bito. Portanto, caso o consumidor deixe de pagar a compra, fica devendo para a operadora do cart�o e n�o para a loja.

�Cerca de 80% dos meus clientes pagam com o cart�o. Para a gente, � uma garantia de pagamento. A inadimpl�ncia tem diminu�do 20% de janeiro a maio (em compara��o ao mesmo per�odo de 2005), e acredito que seja em raz�o disso. Eu prefiro receber no cart�o�, afirma Aldemiro Jos� Alves, dono de uma loja de roupas no Centro de Bauru.

Ros�ngela Cristovam, tamb�m propriet�ria de um estabelecimento de vestu�rio na regi�o central da cidade, concorda que o cart�o de cr�dito tem evitado a inclus�o de muita gente no SPC. Mas acredita que a inadimpl�ncia tem ca�do no munic�pio porque o consumo tamb�m diminui. �O poder de compra das pessoas tem baixado. Ent�o, quem n�o tem o interesse de dever acaba n�o comprando�. Em sua loja, as vendas no cart�o representam 20% e a maioria que compra a prazo parcela no credi�rio.

Para S�rgio Evandro Motta, presidente da CDL em Bauru, o cart�o de cr�dito tem contribu�do para a redu��o de inadimpl�ncia, por�m n�o tem sido determinante. Ele diz que a alternativa fez com que muitos consumidores substitu�ssem o tal�o de cheques pelo cart�o, por�m n�o as compras no credi�rio.

�N�o s�o tantas pessoas que passaram a usar o cart�o de cr�dito. Quem disp�e desse servi�o, sabe que ter� de pagar uma anuidade por ele, o que resulta num gasto extra. O que tem sido fundamental para essa redu��o, de fato, � o aumento do poder aquisitivo do consumidor, embora pare�a pequeno, e a maior flexibilidade do vendedor para o inadimplente acertar seus compromissos em atraso�, avalia.

Motta, no entanto, considera a oscila��o da estat�stica normal para a �poca do ano. Segundo ele, este � o per�odo em que os consumidores que gastaram em excesso no final do ano est�o terminando de regularizar os pagamentos em atraso.

Vendas

O diretor da CDL tamb�m disse n�o acreditar que o volume de compras est� sendo menor por conta dos n�meros do levantamento. Motta diz que as vendas seguem a mesma tend�ncia do ano passado, e que sua expectativa � de crescimento a partir deste m�s, em raz�o da Copa do Mundo e do Dia dos Namorados. Inclusive, segundo ele, os dois eventos j� come�am a aquecer o mercado. �Na verdade, vamos sentir uma expans�o nas vendas assim que o Mundial come�ar e esse crescimento deve acompanhar o desempenho do Brasil na competi��o�, completa.

Por outro lado, o estudo �Mercado de Baixa Renda�, realizado pela operadora de cr�dito Credicard e divulgado no m�s de mar�o, revela que as compras feitas com cart�o de cr�dito t�m crescido entre os assalariados que recebem at� R$ 500,00 por m�s em todo o Pa�s, o que reafirma a teoria dos comerciantes.

A expectativa � de que at� o final do ano, 80,12 milh�es de cart�es devam ser usados para compras. O auxiliar de farm�cia Evandro Fabro dos Santos, 25 anos, pretende adquirir um dentro dos pr�ximos dias. Para ele, o cart�o vai facilitar os pagamentos e ampliar sua renda, que � de um sal�rio m�nimo.

�Al�m das burocracias dispensadas quando apresentamos o cart�o na loja, ele � muito bem-vindo quando o dinheiro est� curto e precisamos comprar alguma coisa�, observa.

A pesquisa ressalta que 35% dos consumidores de baixa renda usam o cart�o de cr�dito para pagar contas em supermercados, enquanto 23% para a compra de roupas e cal�ados.


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PIB contribui

O economista Mauro Fernando Gallo acredita que o Produto Interno Bruto (PIB), que cresceu 26% menos nos �ltimos 12 meses, tenha sido determinante para essa oscila��o negativa no �ndice de inadimpl�ncia. �Al�m disso, claro, temos os cart�es de cr�dito, as compras � vista e um pouco de melhoria na renda entre as camadas sociais menos favorecidas. O PIB cresceu, por�m menos do que havia crescido h� um ano�, observa.

Gallo explica que a varia��o do PIB oscilou negativamente por conta da eleva��o de juros, o que diminui as vendas a cr�dito, e do aumento da carga tribut�ria.




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