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06/06/06 00:00 - Opini�o

Proibi��es benfazejas

A Justi�a Eleitoral, atenta aos reclamos da sociedade, decidiu aplicar j� nas elei��es de outubro pr�ximo, alguns dispositivos aprovados pelo Congresso no sentido de disciplinar e coibir a utiliza��o do poder econ�mico pelos candidatos. Embora a tradi��o tenha sido, at� recentemente, voltada para a aplica��o das regras eleitorais somente nos pleitos de anos subsequentes, desta vez o clamor da opini�o p�blica levou os magistrados a fazer vigorar de imediato alguns freios ao poder econ�mico.

Trata-se de provid�ncia correta, benfazeja. As proibi��es de outdoors, showm�cios, camisetas e bon�s de campanha, bem como a distribui��o de brindes em geral, com os quais sempre se fez a capta��o de eleitores, podem e devem contribuir para limitar a obten��o de mandatos eletivos por parte de candidatos despidos de bandeiras de luta. Candidatos geralmente sem mensagens �teis, sem presta��o de servi�os � comunidade, sem nenhum compromisso com a �tica.

A decis�o da Justi�a Eleitoral ajuda a nivelar um pouco os candidatos ricos e pobres, embora seja imposs�vel evitar que potentados, atrav�s de cabos eleitorais, fa�am chegar dinheiro vivo �s m�os de pessoas suborn�veis. A nova sistem�tica d� a uns e outros, pelo menos, a possibilidade de conquistar votos por seus pr�prios m�ritos, mediante contatos pessoais, persuas�o em prol do bem comum, difus�o de planos e projetos etc. A prop�sito, transcrevo aqui a opini�o do jornalista e ex-deputado federal Jo�o Mell�o Neto, divulgada no jornal O Estado de S. Paulo: �Se tudo ocorrer de acordo com a lei, teremos, pela primeira vez na Hist�ria, uma elei��o em que o poder econ�mico n�o ser� preponderante. E os nossos Parlamentos, assim, se livrar�o de muita gente que n�o tem o menor n�vel cultural ou moral para l� estar�. Diz mais o articulista Mell�o Neto: �H� eleitores sim - e n�o s�o poucos - propensos a votar em cidad�os que se proponham a fazer campanhas limpas, honestas, sinceras e sem ostenta��o. Esses eleitores t�m caracter�sticas muito particulares. S�o dotados, em princ�pio, de grande sendo cr�tico. Eles t�m consci�ncia de que dinheiro n�o cai do c�u. Algu�m h� de pagar pelas campanhas milion�rias. Se n�o for o candidato, do seu pr�prio bolso, h� de ser, necessariamente, algum poderoso grupo econ�mico que pretenda eleger parlamentares para fazer uso deles, depois, na defesa de seus interesses, no mais das vezes, inconfess�veis�.

Atentem bem, caros leitores, para as observa��es acima, eis que, de sua obedi�ncia, depende a grande depura��o pol�tica desejada pela maci�a maioria do eleitorado nacional. Se a Justi�a Eleitoral fez a sua parte, dando-nos a chance de melhorar o n�vel do Congresso Nacional e das Assembl�ias Legislativas � as Casas do Povo -, que os votantes tornem essa depura��o uma realidade. Como chegar a esse desiderato? Basta observar a postura dos candidatos, ajudando a denunciar aqueles que insistirem nos velhos m�todos de politicagem calcada na compra de votos e no emporcalhamento das ruas da cidade. � preciso dizer n�o aos potentados que p�em seus cabos eleitorais nas ruas, com dinheiro nas m�os, � procura de votos, como se fossem �s quitandas e a�ougues em busca de verduras, frutas, legumes e carne para o abastecimento de suas cozinhas.


O autor, Nilson Costa, � ex-prefeito e jornalista




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